Todas as pilhas utilizadas pelos detentos de Minas Gerais terão, a partir do dia 14 de dezembro, um destino certo. Serão distribuídos nas unidades prisionais recipientes feitos de garrafas pet, próprios para o recolhimento de pilhas para serem encaminhadas a locais que fazem o descarte adequado. Os papa-pets estão sendo produzidos por detentos do Presídio Inspetor José Martinho Drumond (PRIJMD), em Ribeirão das Neves, e serão repassados aos diretores prisionais na próxima reunião de Gestão do Sistema Penitenciário (Gespen), no dia 14 de dezembro. A princípio, serão produzidos 300 papa-pets, cuja distribuição impedirá o descarte incorreto das pilhas, que contaminam o meio ambiente e oferecem riscos à saúde.
A ideia do projeto partiu de uma ação parecida realizada pelo 21º Grupo de Escoteiros Mangabeiras que, junto a representantes da União Brasileira dos Escoteiros, estará presente à reunião do Gespen para explicar a importância da reciclagem e do descarte correto de materiais. De acordo com a gestora ambiental e funcionária da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Fabiana Mendes, que está à frente do projeto, a iniciativa busca adotar medidas que minimizem o impacto dos resíduos gerados pelas unidades nos próprios municípios. “Ainda será definida a logística do projeto que provavelmente irá funcionar como acontece atualmente com as lâminas de barbear: novas pilhas só serão fornecidas mediante a devolução das antigas, garantindo que o descarte seja feito da forma correta”, explica.
Apenas no PRIJMD entram, em média, quatro pilhas por preso por semana. Wesley Ribeiro, de 33 anos, é um dos detentos que irá fabricar os papa-pets. Antes de ser preso, ele trabalhava com reciclagem em uma fábrica de plásticos e acredita que o projeto vai ter boa adesão dos detentos. “É um jeito de se reeducar na sociedade, de gerar um projeto para o futuro, para meus filhos e meus netos”, afirma. Ele tem várias outras ideias de projetos que podem ser implementados na unidade prisional. “Com as embalagens de leite dá para fazer sacolas ou sacos de lixo. Os marmitex podem ser prensados - assim o espaço vai diminuir -, limpos e armazenados para vender. A quantidade de lixo vai ser a menor possível”, ensina. O entusiasmo do detento não tem sido em vão. A diretoria da unidade está atenta às possibilidades de redução de resíduos e adoção de posturas mais sustentáveis. Na próxima semana será feita, em parceria com o programa Ambientação, uma pesagem dos resíduos gerados pelo presídio, para saber a quantidade de lixo produzida e analisar a melhor forma de reaproveitamento e reciclagem dos materiais.
Agência Minas