Todo ano que inicia, traz consigo na programação da Rede Globo de TV um Big Brother Brasil, aproveitando a ociosidade dos programas habituais. Esta é a 11ª Edição do programa e a fórmula pasteurizada de todos os reality's show's, algumas pessoas enclausuradas dentro de uma casa e quem ficar até o final ganha o grande prêmio.
Estava verificando os participantes deste ano e como os anos anteriores as pessoas seguem o padrão do culto ao corpo e pouca inteligência, escolhidas a dedo pelos expert's em comportamento humano, pessoas bem heterogêneas para causar as brigas que alavancam a audiência do reality show.
O intuito das pessoas dentro da casa é provocar no telespectador um carisma por ele, geralmente esse carisma acompanhado de um belo corpo é a fórmula pronta pra ganhar o prêmio.
Assim como todo ano, os BBB's que não ganharem prêmio se tornarão celebridades efêmeras, posarão para revistas, serão convidados para festas diversas, se elegerão em alguma eleição ou até consigam um trabalho na poderosa Rede Globo.
O fato que em 10 anos deste programa não acrescentou em nada para a cultura brasileira, não foi formado lá nenhum Chico Buarque ou Milton Nascimento, nem mesmo um novo Carlos Drummond. Apenas quem ganha é os participantes e a própria Globo, que utiliza o programa para sair do vermelho, através de inúmeros "merchandising" e ligações das pessoas que se dispõe a perder seu tempo ligando para votar em alguém.
Inutilidade pública, bem característica da TV brasileira que há anos vem entulhando lixo nos telespectadores, na maioria passivos de uma alienação subliminar que J.B. Thompson (2001) chama de "Poder simbólico". Segundo Thompson, "o poder simbólico transita entre as pessoas de diferentes esferas sociais indicando opiniões e modelos políticos", assim nos tornam cada vez mais ignorantes e sem opinião própria.
A partir daí lhes dou uma dica, desenterrando uma antiga propaganda da MTV: DESLIGUE A TV E VAI LER UM LIVRO!
Referência bibliográfica: THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: Uma teoria social da mídia. Editora Vozes: Petropólis, 1998, p.261.
Fonte de dados: http://www.g1.com.br/