O início de 2012 foi marcado por uma guerra que eclodiu no mundo virtual, em virtude da tramitação no congresso americano os projetos SOPA (Stop Online Piracy Act) e o PIPA (Protect Intellectual Property Act) esses projetos mudariam totalmente a internet como conhecemos hoje. Em paralelo algumas providências foram tomadas pelo FBI como a prisão de Kim Shmtz, criador do Megaupload, programa para baixar arquivos na internet.
Diante dessas questões alguns sites fizeram uma espécie de protesto na internet, deixando seus sites fora do ar por um dia no intuito de se rebelar contra esses projetos, grandes sites como: Google, Wikipedia, Word Press, etc. Diante do protesto o projeto foi adiado, mas ainda continuam vivos no congresso, esperando um “cochilo” para ser votado.
A anonymous, grupo revolucionário de hackers fez inúmeras ações de represália ao projeto e a prisão do criador do megaupload, questionando algo que a internet sempre se propôs que foi dar liberdade a todos, acima de tudo compartilhar conteúdo e disseminar informações com maior agilidade.
No Brasil existe há certo tempo um projeto de lei parecido, denominado o AI-5 Digital, em analogia ao ato institucional nº 5 que oficializou a ditadura no Brasil. Esse projeto do excelentíssimo ex-governador de Minas, Eduardo Azeredo, tem o mesmo intuito do projeto americano, restringir o uso da grande rede. O projeto tupiniquim ainda não saiu do papel, mas é necessário ficarmos em alerta.
Esses projetos citados acima tem um só intuito, beneficiar as grandes corporações que sempre viveram da disseminação de conteúdo cultural, que controlam a cultura no mundo, como a Universal, Warner Bross, Disney e outras. A partir do momento que a internet deu oportunidade para disseminar o conteúdo produzido por elas, gratuitamente, as empresas começaram a sentir no bolso os prejuízos, o dinheiro começou a correr pelo ralo, e ai entra as manipulações políticas em prol da retomada desse prejuízo.
O que isso significa? Puro jogo de interesse, uma nova ditadura, marcado para beneficiar apenas as grandes corporações, que contam com apoio político e das grandes veiculadoras de informação. Haja vista, como as notícias são dadas pelos meios de comunicação massiva em seus telejornais. Exemplo, acompanhando o Jornal Nacional no sábado, dia 21 passado, e uma das matérias do jornal era: Veja os prejuízos de comprar um produto pirateado. Matéria tendenciosa ou não?
As grandes corporações tem que entender que o mundo mudou, a maneira de produzir cultura mudou, não podemos aceitar essa imposição provocada para beneficiar apenas os figurões da cultura. As corporações tem que ter consciência, e articular novas maneiras de se produzir cultura, e não jogar suas pedras e culpar a pirataria por seus prejuízos, ao invés de cobrar preços justos à arte que são distribuídas pelas mesmas.
A partir disso, temos que tomar cuidado, principalmente aqui no Brasil com o projeto AI-5 Digital, reiterando, formulada pelo deputado federal Eduardo Azeredo, guarde esse nome para as próximas eleições. Vamos ficar ligados, pois esses projetos são uma afronta à democracia digital que conquistamos com muito custo e depois de séculos de repressão.