Essa pergunta nos traz questionamentos diversos, geralmente negativos. Mas consiste numa “provocação” um tanto quanto arrebatadora, quando paramos para pensar sobre. Está na hora de nos questionarmos sobre o que sabemos sobre nossa cidade, sobre quem somos realmente e qual o nosso papel enquanto cidadãos. Será que aqui é realmente a “cidade presídio” ou a “cidade dormitório”? Se ela é realmente isso, de quem é a culpa por tal estereótipo?
Será dos inúmeros políticos inertes e ineficientes; dos meios de comunicação de massa que insistem em falar de nossos homicídios; dos presídios; do transporte público ineficaz; das ruas de terra ou dos loteamentos sem autorizações. Isso me remonta a Sócrates: “Só sei que nada sei”. Acredito que esses estereótipos se tornaram canônicos na medida em que foram sendo repetidos, a partir daí todos nós acostumamos com esses rótulos. Que tal então mudarmos essa situação?
Será que ao invés de questionarmos, ou ficarmos nas filas dos ônibus lamentando e xingando o profissional que trabalha na empresa, não seria mais eficaz incidirmos nosso foco de luta com quem realmente nos deve respostas? Deixamos de lado a música do Skank que ressalta “nossa indignação é uma mosca sem asas, que não ultrapassa a janela de nossas casas”.
Vamos transformar nossa indignação em ações, pois acredito que as mudanças virão com a mobilização popular e ações propositivas. Muito embora talvez, a nossa geração não veja as mudanças que desejamos ou nem perceba, mas vamos lutar para que os nossos filhos vejam, quiçá nossos netos. Então, que tal deixarmos de assistir a novela pasteurizada dos meios de comunicação massiva e nos reunirmos para propor soluções para nossa cidade.