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Janeiro Branco: mês de concientização sobre saúde mental

O mês de janeiro é culturalmente relacionado aos planejamentos e metas que são traçadas para o ano que se inicia. É o momento de avaliar o que fez ou não sentido no ano anterior e quais serão os próximos passos para colocar em prática aquilo que se sonha. Diante dessa lógica, em 2014 um grupo de psicólogos da cidade de Uberlândia/MG avaliaram as várias campanhas nacionais voltadas para a saúde humana – como o outubro rosa e novembro azul – e descobriram que não havia uma específica para a saúde mental.

Daquele momento em diante criou-se a campanha "Janeiro Branco", que é um mês de ações voltadas para a educação, sensibilização e conscientização da população sobre a importância de discutir essa temática nos mais variados espaços. É uma forma de dar visibilidade para um assunto que por vezes no imaginário social é replicado por crenças: "isso é frescura", "logo, logo vai passar", e desse modo essas crenças podem afastar as pessoas de informações preventivas e relevantes quando o assunto é a nossa saúde psíquica.

A Organização Mundial da Saúde define saúde mental como "um estado de bem estar que favoreça o desenvolvimento do potencial dos indivíduos, a fim de que estes sejam capazes de realizar o enfrentamento das situações de estresse cotidiano, capazes de trabalhar de modo produtivo e frutífero estando aptos a contribuírem com suas comunidades" (OMS, 2017), ou seja, a saúde mental está ligada ao modo como somos capazes de fazer, produzir, gerir, cuidar e ressignificar os processos da vida.

Essa definição seria um dos melhores cenários se fosse plenamente vivenciada pelos indivíduos, mas a realidade não nos é apresentada dessa forma. Daí a importância de entender que para ter saúde mental também é preciso ter uma sociedade que promova um ambiente digno com direitos básicos em pleno funcionamento, e que garanta acessos à emprego, educação, cultura, saúde, lazer, cidadania, saneamento e por aí vai. Bem, a expectativa nem sempre condiz com nossa realidade. E entender que uma coisa puxa a outra não significa que esse assunto está distante, pode parecer algo longe da realidade, mas não é.

Além de estampar as desigualdades sociais, a pandemia também escancarou o adoecimento psíquico da população que teve que se adaptar a novas rotinas, elaborar suas perdas (entes queridos, empregos...), falar sobre emoções e sentimentos mesmo que esse comportamento não fosse tão comum. E não há nenhum problema em admitir que as coisas não estão bem, pelo contrário, isso nos faz pessoas mais humanas e sensíveis a realidade que temos vivido. Falar sobre saúde mental é falar das nossas potencialidades e fragilidades.

Nesse mês que se inicia a campanha de conscientização é importante entender que aos poucos os tabus relacionados a essa temática são refutados e que cada um de nós podemos ser alguém que ajuda outras pessoas, ou até mesmo ter a sensibilidade em identificar quando as coisas não andam bem. Assim, podemos ser responsáveis na disseminação da cultura da saúde mental, para que então, outras pessoas também possam ter acessos a informações verdadeiras e procurar ajuda quando necessário.

Site referência: janeirobranco.com.br

Samantha Fernandes Silva
Psicóloga CRP 04/49250

 

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