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Fabiana Camargos Lopes

Há algum tempo ouvimos dizer que a depressão é o mal do século. Cada vez mais necessidades vão sendo criadas para se enquadrar socialmente e isso faz com que as pessoas busquem, avidamente, mais recursos para atender tais exigências. O "advento da Internet" e as redes sociais se tornaram objetos de discussão acerca de sua contribuição no aumento da depressão, devido à exposição virtual de vidas perfeitas. E é sabido por todos que a vida virtual de uma pessoa é algo realmente virtual. Mostra-se uma felicidade fictícia, seletiva.

Muito se debate sobre o assunto e o escritor e filósofo italiano, Umberto Eco, chegou a dizer que "as redes sociais deram voz aos imbecis", o que mostra que as redes sociais deveriam cumprir uma função realmente útil. Refletir sobre isso se torna imprescindível nos tempos atuais uma vez que, após décadas, vivenciamos um momento histórico de impactos sociais, morais e econômicos, incalculáveis.

Diante deste cenário, a depressão ganha novo destaque frente à PANDEMIA DO CORONAVÍRUS NO MUNDO. É preciso pensar no que é mais importante no momento, e a vida deve vir antes. Sem vidas, não há economia, não há consumo e não há produção. Estamos perdendo milhões de pessoas para um elemento infinitesimal que, considerada sua pequenez na forma, nos causa espanto na magnitude de sua capacidade destrutiva. Devido a sua habilidade exorbitante de contágio e sua letalidade, o mundo precisou tomar medidas drásticas para que a população do planeta não seja dizimada. E o isolamento social é uma dessas principais medidas.

Os conceitos do necessário passam a ser revistos, o consumo precisa ser calculado. A sociedade precisa ser orientada quanto ao seu comportamento diante da crise e, no Brasil, esta medida de contenção do vírus não está sendo respeitada da forma devida por causa de um poder central inepto, desorganizado, sem base científica. Tal fato interfere diretamente no que chamamos, em primeiro momento, de mal do século. A incerteza diante do que nos aguarda, a falta de perspectiva diante de um governo que não se posiciona, o desemprego, o número cada vez maior de mortes faz com que as pessoas precisem de um maior cuidado com sua saúde mental. Não poder realizar suas atividades habituais e as interferências financeiras que causam a impossibilidade de manter a família como outrora era feito.

Essa mudança brusca da rotina pode causar efeitos desastrosos emocionalmente, e se as pessoas não forem orientadas e tiverem uma rede de apoio poderão desenvolver a depressão, sem falar daquelas pessoas que já apresentam esse quadro que pode se agravar.

É preciso manter todos os cuidados relacionados à prevenção do COVID-19, tais como lavar as mãos com frequência, evitar contatos físicos e uso de máscaras. Mas torna-se vital se esforçar e buscar medidas que amenizem os impactos emocionais da convivência com a pandemia. É importante evitar ler matérias sensacionalistas sobre o avanço do COVID, tentar manter uma rotina de atividade física (em casa),tentar se conectar com as pessoas pelas vias possíveis, tais como chamadas de vídeo, telefonemas, leitura, filmes e pedir ajuda se sentir qualquer sintoma relacionado à ansiedade.

E por fim, ficar em casa é imperativo agora, para que possamos sair depois, com segurança, sem colocar nossas vidas e a das outras pessoas em risco, lembrando que temos profissionais que não podem ficar em casa, saem para cuidar daqueles que precisam neste momento. Portanto, fique em casa por eles e cito aqui os profissionais da saúde que, incansavelmente, estão na linha de frente de combate ao vírus e certamente, precisarão de um olhar especial quanto à própria saúde mental.

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