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Rodolfo Ataíde

Mesmo que você tenha votado na direita ou na esquerda, se é evangélico(a), católico(a) ou ateu(ia), se é um(a) trabalhador(a) que precisa pegar ônibus todos os dias, um(a) empresário(a), um(a) pequen(a) comerciante, se você tem um cargo comissionado na prefeitura e precisa defender o prefeito com unhas e dentes para se manter trabalhando ou é de oposição. Se você é do grupo que acredita que o comércio deve reabrir normalmente ou se mantém a campanha para as pessoas ficarem em casa.

Sinto dizer, mas nada disso importa agora.

A verdade é que vivemos em uma cidade de 340 mil habitantes que não possui nenhum leito de UTI, com pouquíssimos respiradores à nossa disposição, no segundo estado que menos realiza testes para o Coronavírus de um país que está entre os que menos testam no mundo.

Pode parecer loucura, mas será que estamos entre as pessoas mais vulneráveis do mundo neste momento?

Alguns podem me chamar de terrorista, alarmista ou apenas pessimista, mas ninguém por aqui sabe se o vírus está se disseminando rapidamente ou não, onde são os principais focos e como controlar o aumento do contágio na cidade, pois até as pessoas infectadas estão mentindo endereço para serem atendidas na capital.

Algumas pessoas se desesperam com essa situação e se confinam ainda mais, outros outras relaxam e vão à igreja, fazem uma festinha clandestina, jogam futebol no final de semana e outras não podem parar mesmo.

Sem essas informações, toda e qualquer ação é meramente simbólica, talvez sirva para gerar votos para a eleição, mas em nenhum momento foi apresentado na cidade um plano para sair deste caos que estamos vivendo. É óbvio que não existe um plano de saída, pois sem diagnóstico é impossível pensar em qualquer ação de controle.

Somos uma população no escuro, vivendo de dados superficiais, preocupada em não morrer de fome, de tédio, depressão, ansiedade e de tudo que este caos todo gera. Estamos lutando contra algo que não temos ideia do que seja, mas aliviados(as) ainda por não perder nenhum familiar ou pessoa próxima nessa nesta pandemia (por enquanto).

O distanciamento social ainda é a melhor opção nesse neste caso, mesmo sabendo de todos os problemas econômicos que ele pode causar e da impossibilidade para muitas pessoas, mas o que toda pessoa merece mesmo é saber do risco que está correndo, é o mínimo que se espera de uma cidade grande, talvez assim todas as ações seriam melhor compreendidas.

O falso dilema entre ficar em casa e morrer de fome versus sair para trabalhar e correr riscos de se contaminar não deveria existir, pois o governo deveria cuidar das empregados(as) e dos empreendedores. Em vários países do mundo está acontecendo, por que não merecemos esse cuidado?

Apesar do título, não me cabe ser o dono da verdade, nem profeta da tragédia anunciada, mas apenas refletir sobre direitos básicos que deveríamos ter e o que mais importa não é a minha opinião ou a sua e sim as nossas vidas.

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