Homenageio Antonieta, mãe, estrela guia, na minha vida é a primeira.
Falo para as minhas amigas de todos os dias, perto ou longe: Socorro, Zara, Tânia, Nadja, Patrícia, Maria Célia, Helena, todas queridas, espiritualizadas, alegres e justas.
Falo às minhas colegas da comunicação. Dani, mãe decidida, justa, transparente e de bom coração. Gisele, sua companhia é tudo de bom, Beatriz, tão Zen, Maria, mãe, mãe e mãe, Jouse, muita coisa ainda vai comunicar. E a Marcione, quanta alegria e disposição! "Tudo bem coisinha".
Falo para as minha irmãs: Neuza, que também me criou, Delma e Tânia. Mulheres que compartilham comigo o bom e o ruim e as intimidades do dia a dia.
Falo às Marias, mulheres que têm fé na vida. Tão comuns. No cotidiano labutam, lutam choram pelos filhos, maridos, irmãos, se desesperam, caem, mas dão a volta por cima e tudo ensinam.
Falo às fomiguinhas, varrem ruas e avenidas e suas próprias lágrimas.
Dou viva à Conceição. Mulher guerreira lá de Ponte Nova. Sua história de vida é mais que uma lição.
Falo às mulheres negras, lindas, mas ainda discriminadas.
Dou viva! Às mulheres do Vale do Jequintinhonha. Artistas que adornam o barro, que tecem e lavam roupa jogando no rio as tristezas e misérias. Vidas de arte e oração.
Dou Viva, as mulheres que se enfeitam, que se gostam, que brigam pelo que é de "seu", mas, se amam, acima de tudo.
Dou viva, as meninas que cedo embalam seus filhos, num misto de apego, medo e solidão.
Dou viva, as mulheres corajosas, que sentam sozinhas num bar e, sem intimidação, pedem uma cerveja.
Falo às mulheres que salvam vidas, as que investigam, prendem em nome da Lei e protegem Vidas.
Dou viva, as mulheres que fazem da cozinha uma arte.
Falo às mulheres incompreendidas, que correm todos os riscos e vivem às suas maneiras.
Dou viva! As mulheres que através da prosa e do verso se tornaram imortais: Cecília, Clarice, Raquel, Adelia, Lígia …
Falo às mulheres do salão de beleza, da motocicleta, das lanchonetes e das calçadas.
Dou Viva, as mulheres desdobráveis do século XXI. Tão soltas, inteligentes, banais, poderosas, carentes, loucas e marginais.
Falo às mulheres mineiras, discretas, elegantes e o que mais?
Dou Viva, enfim, a todas as mulheres de Neves: as donas de casa, as trabalhadoras, que passam horas em filas de ônibus, que suam e trabalham em busca do ganha pão. As rezadeiras, quitandeiras, as políticas, as policiais, as professoras, as poetizas e todas que tudo de um pouco fazem.