Um cabo lotado no 34º Batalhão da Polícia Militar de Belo Horizonte é suspeito de ter matado a tiros a sua esposa, de 38 anos, e uma de suas filhas, de 12, na noite desse domingo (10) em Ribeirão das Neves. O crime ocorreu dentro da casa da família, no bairro Granjas Primavera. De acordo com a Polícia Militar, o policial, de 44 anos, também baleou a sua filha mais velha, de 16 anos. O casal morava junto há 19 anos e o suspeito tem outros nove filhos com mais duas mulheres.
A adolescente foi socorrida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Justinópolis. Devido à gravidade dos ferimentos, a garota teve que ser transferida para o Hospital Risoleta Tolentino Neves e passou por cirurgia na região abdominal. Ela não corre risco de morrer e permanece internada em estado estável.
De acordo com a avó da menina que foi morta, o crime teria sido motivado por uma briga relacionada ao alto valor de uma conta de telefone - R$ 157 - e que o policial sempre foi muito agressivo com a esposa e filhas. "Ele chegou em casa no domingo, por volta das 19 horas, muito nervoso. Depois de esfregar a conta de telefone na cara da menina, pegou uma faca e cortou o fio do telefone", afirmou à reportagem de O TEMPO a aposentada de 64 anos. Em seguida, ele teria chamado a esposa para o quarto e a espancou.
Assustadas, as duas filhas mais velhas entraram no cômodo para impedir a briga e foram atingidas pelos tiros quando tentaram pular na frente da mãe. Em seguida, o militar disparou contra a cabeça da esposa. Segundo a avó das crianças, o homem jogou o corpo pela janela. A polícia, entretanto, diz que a mulher, mesmo ferida, pulou a janela para tentar perdir socorro. A mulher, apesar dos atos violentos, nunca tinha denunciado o marido porque era constantemente ameaçada.
Depois do crime, o policial fugiu em direção à uma mata e ainda não foi localizado. Ainda segundo a aposentada, o militar se desentendia com um enteado de 19 anos, que foi obrigado a sair de casa no começo do ano. Ele tem várias passagens por porte de drogas e ainda não foi encontrado.
Conforme a assessoria da PM, será aberto processo disciplinar sobre o caso. Ele atuava como sentinela no 34º Batalhão. Desde a madrugada desse domingo, militares do 40º batalhão e do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) estão à procura do policial.