Uma adolescente gravou um vídeo denunciando as condições precárias de uma escola em Ribeirão das Neves que está sem quadros, sem energia elétrica e com a estrutura destruída por vândalos. A estudante Raíssa Gonçalves, de 17 anos, aparece na gravação, percorrendo os corredores e salas da Escola Estadual Guerino Casassanta, mostrando os problemas que os alunos e professores passam durante a rotina de aulas. Ela está no terceiro ano do ensino médio e diz que teve os estudos prejudicados pela falta de recursos no prédio.
"Minha educação foi comprometida pelas invasões que tiveram na escola. Eu fiz esse vídeo para abrir o olho da comunidade para o que está acontecendo com o futuro dos seus filhos. Tenho direito à liberdade de expressão e, mais que isso, a um estudo de qualidade".
As imagens mostram salas depredadas e sem quadro, com buracos no teto e lâmpadas que não funcionam. Algumas portas e janelas foram removidas, deixando a escola ainda mais frágil. A jovem explica que, como o muro é baixo, fica fácil para os vândalos invadirem e depredarem o local.
A estrutura inadequada já, inclusive, machucou uma adolescente nas vésperas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Thaís do Santos, de 17 anos, conta que estava passando pela lateral da grade do pátio, quando passou a perna pelo portão quebrado e acabou se ferindo.
"O portão virou totalmente na minha perna. O ensino da escola é ótimo, mas a gente não tem vontade nenhuma de vir aqui com a estrutura que tem".
Os estudantes, no entanto, deveriam ter recebido uma nova escola. Uma lei de abril de 2009, sancionada pela Prefeitura da época, garante um terreno para a construção de um novo prédio. O prazo para o início das obras seriam de um ano e, até 2012, deveriam ser concluídas.
A construção foi iniciada pela Prefeitura em maio deste ano. A previsão, agora, é de que os estudantes possam se mudar para a nova estrutura em janeiro de 2014. A construção das obras, no entanto, já foram alvo de vandalismo e o roubo de pias, torneiras, lâmpadas e até portas e quadros já causaram um prejuízo de R$ 100 mil.
Sobre a situação na antiga escola, a Secretaria do Estado de Educação informou que as aulas não foram interrompidas por causa dos furtos e que um boletim de ocorrência foi registrado. Há também planos de criar uma campanha com os estudantes sobre a importância da preservação do patrimônio público.
As informações são da TV Record Minas.