Com o lema "o povo unido jamais será vencido", a população lotou o plenário da Câmara nesta segunda-feira (28) para protestar contra o projeto aprovado pelos vereadores que abre as portas da cidade para o lixo da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e a reunião ordinária terminou sem a apreciação do veto da prefeita Daniela Corrêa (PT).
O projeto, de autoria do vereador Juarez Carvalho (PSB), permite que os estabelecimentos privados de gerenciamento de resíduos sólidos que já estão ou irão se instalar na cidade poderão receber o lixo de toda a RMBH, desde que estejam fora da zona urbana e tenham todas as licenças ambientais.
O povo se mostrou radicalmente contra o projeto e pressionou os parlamentares a manter o veto ao projeto. Os ânimos acabaram se exaltando e, com a confusão, o presidente interino Valter Bento (PCdoB) acabou encerrando a reunião sem a apreciação. Alguns vereadores que são publicamente favoráveis ao PL acusaram Valter Bento de omissão por não abrir a votação.
De acordo com a Lei Orgânica do Município (LOM), a Câmara vai apreciar o veto do executivo, sendo que a decisão ocorre em escrutínio secreto, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto da maioria dos vereadores. Se o veto for derrubado, a proposição de lei é enviada à prefeita para promulgação.
Como a votação que aprovou o projeto de lei foi de 9 votos a favor e apenas 4 contra, as chances de haver uma derrubada do veto são grandes. Os parlamentares favoráveis foram Bruno Réges (PT), Carvalho (PSB), Lelo (PSB), Léo de Areias (PDT), Nilton Brauninha (PSDB), Sidmar Caetano (PR), Vanderlei Delei (PROS), Vitório Júnior (PT) e Waltinho (PMDB). Já os contrários ao projeto são Fabiano Diniz (SD), Lourival (PDT), Rômulo Fernandes (PMN) e Walter Bento (PCdoB).
Veja neste infográfico elaborado pelo RibeiraoDasNeves.net quais os vereadorees mudaram de opinião entre as votações dos projetos em agosto de 2015 e março de 2016.
