Os vereadores nevenses aprovaram nas últimas semanas, sem nenhum voto contrário, o Projeto de Lei que habilita o município a receber o aterro metropolitano, que será destino do lixo de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Há um ano atrás, no entanto, a maioria absoluta dos parlamentares, em entrevista ao grupo Acorda Neves, disponibilizada no dia 24 de maio de 2014, se dizia contra a proposta.
O primeiro a falar foi Vitório Junior (PT), que colocou os pós e os contras do projeto e afirmou que estava discutindo o tema com lideranças do município. "Estamos em fase transitória de definir o que nós faremos no dia da votação". Quem seguiu a mesma linha do petista foi Lelo (PSB), que ressaltou a necessidade de estudos mais criterioso da situação. "Acho que nós devemos ter um estudo mais detalhado, ouvindo a população e esclarecendo os benefícios e as desvantagens desse projeto. Devemos aguardar os estudos técnicos para avaliar melhor a situação".
Os demais vereadores que colocaram suas opiniões foram mais firmes ao discordar da situação. Nilton Brauninha (PSDB) foi simples e direto. "Eu sou contra, acho que não trás nenhum benefício para a cidade". Assim como seu colega Lourival (PDT). "Nesse momento, eu sou totalmente contra a vinda do aterro". Valter Bento (PCdoB) foi outro que foi curto e grosso na tribuna. "Antes de qualquer informação, a gente se posicionou contra o aterro sanitário".
Vanderlei Delei (PROS) citou a chegada de informações desencontradas sobre os ganhos com arrecadação de impostos com a vinda do aterro e se colocou contra o projeto. "Sem pestanejar, nós queremos indústria, que gere recursos e arrecadação, e não lixo em nossa cidade". Dr. Rômulo (PMN) falou sobre a criação de um novo estigma para a cidade, que passaria a ser conhecida como a cidade do lixo. "Eu sou totalmente contra. Cada cidade tem que cuidar do seu lixo". Quem também refutou a aprovação do PL foi Fabiano Diniz (SD). "Meu voto é contrário a esse projeto de lei. Nós não queremos cuidar de lixo de outras cidades, nós já cuidamos do sistema prisional e todas as contrapartidas não foram cumpridas conosco".
Os vereadores Bruno Reges (PT), Irineu Resende (PSDB), Juarez Carvalho (PSB), Léo de Areias (PDT) e Waltinho (PMDB) não emitiram opinião pois pediram um prazo para avaliar o projeto. O vereador Sidmar Caetano (PR) não foi encontrado para falar.
Um ano depois...
No dia 17 de agosto de 2015, o presidente Juarez Carvalho (PSB) colocou o projeto em votação no plenário e nove vereadores votaram a favor, um se absteve e três estavam ausentes, aprovando, assim, o texto. Foram favoráveis os vereadores Bruno Réges (PT), Irineu Resende (PSDB), Léo de Areias (PDT), Lourival (PDT), Nilton Brauninha (PSDB), Rômulo Fernandes (PMN), Sidmar Caetano (PR), Vitório Júnior (PT) e Waltinho (PMDB).
O vereador Fabiano Diniz (SD) se absteve de votar e os vereadores Lelo (PSB), Walter Bento (PCdoB) e Vanderlei Delei (PROS) estavam ausentes da votação.
Com a aprovação, o Projeto de Lei seguiu para análise da prefeita Daniela Corrêa (PT), que durante reunião com representantes de movimentos sociais nessa segunda-feira (31) prometeu que vai vetar o texto por entender que o projeto é inconstitucional e contraria o interesse público, uma vez que recebeu forte rejeição por parte da população.
O projeto, no entanto, pode ainda virar lei, pois os vereadores do município têm poder de derrubar o veto da prefeita dentro do prazo de trinta dias, contados a partir do recebimento da comunicação do ato, e fazer valer a vontade dos parlamentares por simples maioria de votos, conforme Lei Orgânica Municipal.
A entrevista completa com os vereadores no ano passado está disponível no Youtube.