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Prefeito Junynho Martins se posiciona contra a instalação de novo anexo com 400 vagas na Dutra Ladeira

O prefeito Junynho Martins (PSC) divulgou, nesta sexata-feira (7), um comunicado de descontentamento com a intenção do Governo do Estado de construir um novo anexo com 400 vagas no presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, conforme divulgado com exclusividade pelo RibeiraoDasNeves.net no último domingo (2).

O prefeito se disse inconformado com a situação e afirmou que, se depender dele, o município não irá abrigar mais nenhuma vaga para presidiário sem "uma contrapartida justa e necessária pelos sacrifícios que já fez neste setor". No texto, Junynho também afirma que o Estado não se lembra de Ribeirão das Neves nas horas boas, apenas para solucionar problemas da capital.

De acordo com o secretário de Estado de Administração Prisional de Minas Gerais, Francisco Kupidlowski, a ideia é que a construção seja rápida, "talvez sem processo licitatório". Em nota, a secretaria confirmou a existência do projeto, cujo contrato está em fase de conclusão, prevista para julho. Ainda conforme a nota, após esta finalização do projeto, serão 6 meses de obras.

Confira a íntegra do comunicado:

Recebemos recentemente a informação que o Governo do Estado pretende construir um novo anexo no presídio Antônio Dutra Ladeira, destinado a abrigar mais 400 (quatrocentos) detentos. As prisões são planejadas para abrigar um determinado número, mas, na verdade, atuam com população carcerária superior ao dobro ou até mesmo o triplo do previsto.

Existem (nove) unidades prisionais em nosso Município. A insegurança natural que esta realidade já trás as famílias que aqui residem, não é compensada por nenhuma contrapartida estadual. Ironicamente, nem mesmo nosso sistema de Segurança Pública é devidamente recompensado em função desta anomalia. São 8.100 (oito mil e cem) detentos, dos mais diferentes índices de periculosidade, convivendo com nossa população, estimada em mais de 400 mil habitantes. Quando a bonita e bem planejada Belo Horizonte precisa expandir suas áreas de despejo de dejetos (os “lixões”), quando a moderna capital precisa desalojar seus vistosos morros, desocupando as favelas, Ribeirão das Neves é prontamente lembrada. Quando a necessidade é ampliar o espaço para a população carcerária, o pensamento não é diferente. Porém, quando nosso Município, de chapéu na mão, busca nos corredores do Poder Estadual, reivindicando migalhas para beneficiar nosso povo, as portas silenciosamente se fecham.

Atualmente, nem mesmo na poderosa Assembleia Legislativa Mineira, uma voz propondo que Neves receba – pelo menos! – uma taxa extraordinária, um REPASSE ESPECIAL, por cada presidiário aqui retido. Nunca ouvimos, sequer lemos no noticiário, que qualquer autoridade mineira tenha se perguntado ATÉ ONDE O TECIDO SOCIAL DE RIBEIRÃO DAS NEVES IRÁ SUPORTAR O ESGARÇAMENTO CONSTANTE QUE SOFRE, ANO APÓS ANO?

Como Prefeito, ex-vereador e principalmente como NEVENSE, não posso me conformar com tal situação. É preciso dar um basta. Se querem o apoio do Município para soluções sociais (que são difíceis e trabalhosas) que pelo menos compensem nosso povo, oferecendo condições reais para que as suportemos. Se depender da nossa administração (e acredito que terei o apoio de todos os vereadores) não se construirá nenhum anexo, nenhuma vaga a mais para presidiário em nossa cidade, sem que o município tenha a contrapartida justa e necessária pelos sacrifícios que já faz neste setor. Não iremos mais pagar o preço da omissão estadual, que foge do assunto ano após ano e continua, de forma implacável, a sacrificar Neves com decisões unilaterais. Chega! Nosso povo está pedindo soluções e não problemas extras.

 

 

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