As ligações feitas por criminosos de dentro de presídios estão longe de chegar ao fim em Minas Gerais. O governo mineiro admite que atualmente nenhuma unidade está equipada adequadamente para combater a prática e descarta qualquer investimento a curto prazo. O resultado é o assustador número de 2,8 mil celulares apreendidos nas cadeias do estado em 20 meses, uma média de quase cinco apreensões por dia.
A Secretaria de Estado de Defesa Social avalia que a única forma de barrar a entrada de aparelhos é integrar a revista minuciosa com equipamentos como bodyscan (escâner corporal) e bloqueador de sinal. Atualmente, o bodyscan está presente em cinco unidades prisionais mineiras, sendo que em doze a presença do equipamento é considerada fundamental. Já o bloqueador ainda não existe no estado. A penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, será a primeira a receber em 2014.
"Logicamente está longe do ideal. Mas avalio nosso cenário de forma positiva. Conseguimos o bodyscan e o bloqueador, depois de anos. Além disso, intensificamos a revista rotineira em novembro de 2012 e fazemos operações pente-fino periodicamente", diz o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade.
Apesar do esforço da secretaria, especialistas e autoridades em segurança pública temem pelo futuro. "Me preocupa. Nos últimos três anos, o investimento no sistema prisional praticamente zerou. Se não houver investimento em tecnologia, não terá como mudar o cenário. Corrupção é sempre uma possibilidade de se subverter a disciplina interna", disse o especialista Luis Flávio Sapori. "A situação prisional é caótica e precisa de reforma. Temos menos rebelião hoje porque os gestores negociam com os presos, inclusive liberando o uso de celular", afirmou o professor Robson Sávio Reis.
As informações são do jornal Metro BH.