No dia 7 de julho do ano passado, o goleiro Bruno de Souza e seu melhor amigo na época, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, se entregaram numa delegacia do Rio de Janeiro. Um ano depois, o jogador e o fiel companheiro continuam detidos na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, o goleiro é obrigado a ficar na cela durante quase todo o dia, exceto durante o banho de sol e, eventualmente, para atendimento com os técnicos da unidade (psicólogo, assistente social, médico).
Bruno segue a mesma rotina dos demais presos. Por volta das 7h30, depois de ser desperto pela sirene, toma café da manhã. Come pão com manteiga acompanhado de café com leite. Às 12h o atleta almoça, por volta das 15h toma café da tarde e, aproximadamente às 18h, tem o jantar. O lanche da tarde é pão com manteiga e suco. O cardápio do almoço e jantar é variado, mas leva arroz, feijão, salada, uma carne e a sobremesa (gelatina, doce ou fruta).
Bruno pode receber visitas todos os finais de semana, alternando entre sábado e domingo. O horário é das 8h às 17h, mas a entrada é permitida somente até as 14h. O limite é de dois adultos por final de semana. Normalmente o goleiro recebe visitas da noiva, a dentista Ingrid Calheiros, 25 anos, e da avó Estela de Souza, 79 anos, que foi quem o criou. No Complexo Penitenciário Nelson Hungria, as visitas íntimas podem acontecer uma vez por mês, benefício usufruído por Bruno em companhia da noiva, que se desloca do Rio de Janeiro a Contagem para ficar durante dois dias na cela com o atleta.
Antes juntos, Bruno e Macarrão estão em celas individuais desde o dia 5 de abril devido a uma determinação da Vara de Execuções Criminais de Contagem. O local que cada um ocupa tem 6 m² e contém uma cama de alvenaria, banheiro com chuveiro, pia e vaso sanitário. Eles utilizam um kit que tem cobertor, colchão, uniforme e material de higiene pessoal. Na cela do goleiro Bruno há, ainda, uma televisão de 14 polegadas e um rádio, o que é de direito de todos os presos e que foram levados para ele por seus familiares. Além disso, para passar o tempo, ele pode ler as dezenas de cartas de fãs e mulheres que chegam todos os dias no presídio.
Bruno tem autorização judicial para jogar futebol utilizando bola, caneleira e meião durante o banho de sol, que dura em média duas horas. Os companheiros e adversários são os colegas de pavilhão e as partidas são disputadas no próprio pátio da unidade.
Macarrão
Se a vida de Bruno na cadeia é privada de regalias, como ele mesmo fez questão de destacar na audiência que participou na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a de Macarrão é pior, segundo seu advogado.
Wasley César Vasconcelos disse que o cliente está no Pavilhão 5, onde estão os detentos que praticaram crimes sexuais. A transferência, segundo Vasconcelos, se deu na troca da direção do presídio. De acordo com o advogado, Macarrão teria sido ameaçado por alguns detentos que queriam obrigá-lo a assumir sozinho a morte de Eliza Samudio, livrando Bruno das acusações.