Os moradores de 60 apartamentos do Condomínio da Capela, localizado em Justinópolis, estão vivendo em meio à insegurança. Muitos deles afirmam que os prédios onde residem têm risco de desabar e a chegada do período chuvoso é uma preocupação extra. A situação seria mais grave nos prédios dos blocos 4, 14 e 21, onde várias trincas expõem os problemas.
O subsíndico geral do condomínio, Cândido de Souza Lima, revelou ao jornal Super Notícia que a situação dos prédios, erguidos há 14 anos pela Construtora Tenda, é resultado de um erro de cálculo na tubulação. Segundo ele, a rede instalada não tem vazão para escoar o esgoto e a água da chuva. "A Tenda vem fazendo reformas e reparos nos prédios, mas até hoje nada foi solucionado", explicou.
O problema, segundo o subsíndico, se arrasta desde 2011, quando o prédio de número 23 do condomínio foi interditado. A executiva de vendas Cláudia Maria de Souza foi uma das moradoras que tiveram que sair de casa. "A Defesa Civil foi acionada, e fomos orientados a deixar o prédio. Comunicamos a Tenda, e a empresa propôs a reestruturação do edifício, mas as obras feitas em outros prédios não haviam dado resultado, por isso não aceitamos a proposta e entramos na Justiça", contou.
Ainda segundo Cláudia, as famílias removidas foram encaminhadas para o Sesc Venda Nova. Lá permaneceram por dois anos e cinco meses. Desde o início de 2013, a Tenda cobre o custo do aluguel e das contas de água e luz dos moradores do bloco 23. "A gente só quer a nossa casa para tocar a nossa vida", desabafou.
Outro lado
Procurada pela reportagem do Super, a Construtora Tenda informou, por meio de nota, que tenta um acordo na Justiça com os proprietários dos apartamentos do prédio 23. A empresa alega que já realizou uma vistoria técnica nos prédios e não há problemas estruturais no empreendimento. A assessoria de imprensa da empresa não soube dar detalhes técnicos sobre o material utilizado na tubulação dos prédios.
Polêmica
O empreendimento que compreende o Condomínio da Capela, em Ribeirão das Neves, foi entregue em 1999. Enquanto moradores alegam que prédios podem desabar, a Tenda, construtora responsável pelos edifícios, entende que os 25 blocos com 420 apartamentos necessitariam apenas de reparos.