Duas seleções da tradição de Alemanha e Uruguai sabem valorizar a disputa por um lugar no pódio. Neste sábado, nenhum desses gigantes 'aliviou', disputando um grande jogo apesar da decepção da eliminação da disputa pelo título e mesmo debaixo de forte chuva em Port Elizabeth. No fim, com duas viradas no placar, a Alemanha levou a melhor, vencendo por 3 a 2.
Com o placar, a renovada Nationalelf fechou o torneio de cabeça erguida e com o orgulho de ter o melhor ataque até aqui. O time chegou a 16 gols na Copa do Mundo da FIFA, liderando a tabela de gols do Mundial com vantagem de quatro gols para a Holanda e cinco para a própria Celeste.
Apesar o segundo revel seguido, a Celeste também não deve se abalar com este desfecho, já que conseguiu sua melhor campanha em 40 anos, repetindo o quarto lugar obtido no México 1970.
O confronto colocou ainda mais dois atacantes empatados na artilharia da Copa, com o ingresso de Diego Forlán e Thomas Müller, ao lado do espanhol David Villa e do holandês Wesley Sneijder, que têm ainda mais um jogo para fazer em solo sul-africano, neste domingo, na decisão no Soccer City de Johanesburgo.
A Alemanha entrou com quatro novidades em relação ao time-base que apresentou durante a competição. No gol, Jörg Butt entrou no lugar de Manuel Neuer. O capitão Philipp Lahm foi substituído por Dennis Aogo. Na frente, Lukas Podolski e Miroslav Klose ficaram sem condições de jogo, dando vaga para Marcell Jansen e Cacau. Ao não entrar em campo, devido a dores lombares, Klose acabou ficando a um gol do recorde histórico do brasileiro Ronaldo na história da Copa do Mundo da FIFA.
Apesar da queda em termos de notoriedade e talento, os germânicos mostraram que têm um sistema de jogo que empurra suas peças com eficiência. Diante dos uruguaios, o time pode não ter sido implacável do modo como atuou diante de Inglaterra e Argentina, nas primeiras duas rodadas dos mata-matas, mas teve uma exibição muito superior à da derrota para a Espanha, na semi.
Seu ataque chegou em peso à área adversária durante o primeiro tempo, quando seus meio-campistas encostavam os homens de frente com fortes arranques e sempre muito bem posicionados. Mas seu primeiro gol saiu por outros meios. Bastien Schweinsteiger soltou uma bomba do meio da rua, e Fernando Muslera teve dificuldades para fazer a defesa. No rebote, Müller, que acompanhou todo o lance, apareceu para arrematar com classe, de chapa, no canto esquerdo, aos 19 minutos.
Do outro lado, o time sul-americano também fez uma boa apresentação, desfrutando do ótimo entrosamento que seu trio ofensivo ganhou durante o torneio. Forlán, Luis Suárez e Edinson Cavani levaram muito perigo quando desciam no contra-ataque. Foi o que aconteceu aos 28 minutos, quando o valente Diego Pérez fez um desarme preciso contra Schweinsteiger na linha do meio-campo. Ele reagiu rapidamente, passando para Suárez. O centroavante controlou a bola e esperou pela passagem de Cavani, dando um passe na medida. O atacante dominou e tocou na saída de Butt.
Para o segundo tempo, a Celeste voltou mais adiantada, ocupando mais espaços no campo de ataque, passando a incomodar com frequência a meta alemã. Suárez e Forlán tiveram suas chances, até o talento do craque do Atlético de Madri fazer a diferença, aos 51 minutos. Ele recebeu cruzamento de Arevalo Ríos, se ajeitou com oportunismo e bateu de voleio, para o chão. A bola quicou e entrou no canto esquerdo, na virada sul-americana.
A partir daí, porém, gradativamente o jogo passou a pender para a Alemanha, que reteve mais posse de bola e acabou marcando dois gols em bolas aéreas. O primeiro veio com Jansen, até meio sem jeito. Um cruzamento de Eric Boateng da direita, de longe, encontrou o meia bem posicionado para cabecear, aproveitando-se da saída desajeitada de Muslera, aos 56.
O gol da virada saiu a oito minutos do fim, em cobrança de escanteio. Mesut Özil cobrou escanteio da esquerda. Após confusão na área, a bola sobrou para o volante Khedira encobrir Muslera com a cabeça.
A emoção na partida durou até o fim, aos dois minutos de acréscimo, quando Forlán acertou o travessão em uma cobrança de falta próxima à área. Ele acertou um chute firme, por cima da barreira. A bola explodiu na trave no ângulo direito e foi para fora.
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