Tristeza, frustração e indignação foram os sentimentos que marcaram a I Caminhada Ecológica Nós Amamos Neves com o impedimento dos agentes de segurança da Unidade Prisional José Maria de Alkimin. No entanto, moradores de várias regiões da cidade com o objetivo de conhecer de perto o motivo da luta pela preservação, situado na Fazenda Mato Grosso, dizem que repressão desperta ainda mais o desejo de lutar contra presídios na cidade.
A jovem pedagoga Poliene Conceição Francisco, moradora do bairro Santinho, que participa da comunidade Nsa. Sra. do Carmo, disse que esse tipo de privação em pleno século XXI é triste, mas também lamentou, sobretudo, o armamento dos agentes. “Essa postura só fortalece o desejo de mudança e como pedagoga fico indignada e preocupada, pois também temos crianças que nos acompanham. Eu queria conhecer o espaço. E a esperança de um futuro melhor é minha maior motivação. Eu assumi essa responsabilidade como educadora em Ribeirão das Neves e eu quero poder garantir a elas um futuro melhor. Ao mesmo tempo conscientizar, além das crianças, as minhas amigas educadoras de que a população deve exigir vida digna e cuidar do que é nosso”.
José Bibiano Benfica, da comunidade Nsa. Sra. do Rosário do bairro Santa Martinha, também ficou decepcionado, pois gostaria de conhecer a área onde se pretende construir a penitenciária e ver de perto a destruirão da Fazenda, fundamento principal da caminhada ecológica.. “O que vi foi totalmente diferente. Estou frustrado, pois eu esperava ter liberdade para acompanhar as coisas do meu município e fui impedido. Essa situação desperta mais o desejo de continuar na luta por melhorias. Estamos buscando algo de bom não só para nós, mas para um mundo melhor”, reclamou.
Sidiney Martins
O Estado é intransigente, pois impede o povo organizado de fazer suas manifestações, como esse ato pacífico, que é uma Caminhada Ecológica. Caso tivéssemos tido um retorno, a Rede tinha feito um outro trajeto. Infelizmente o Estado não têm costume de se comunicar com a população. Acham que a gente tem que fazer o que eles querem. Isso nos deixa indignados. A população está correta em lutar contra a vinda de mais presídios para cidade. Neves não precisa de mais presídios. Acho que o Governo de Estado tivesse um pouco de sensibilidade iria perceber que Neves está precisando de cidadania e investimentos na área social.
A diretoria alega que a área é de segurança pública. No entanto, a população quer ter acesso e conhecer para ajudar preservar uma área de preservação ambiental, que o próprio Estado está destruindo e desmatando, sem consultar as comunidades da cidade.
José Ozório - Centro
Fico constrangido devido ao obstáculo, pois parece que não existe um entrosamento das autoridades com a população. Essa manifestação contra este sistema penitenciário é uma realidade de Neves, mas é uma questão que precisa ser discutida em todo Brasil. Uma satisfação não deve ser dada apenas à população de Neves. O nosso atual sistema penitenciário não foi executado, a própria José Maria Alkimin é uma prova disso. Eu acredito que ainda dá tempo para que este assunto seja estudado melhor e que o nosso Estado dê satisfação sobre este projeto. A Rede está provocando uma ação das autoridades e vai fortalecer ainda mais a luta.
Maria Emília da Silva - advogada, militante dos Direitos Humanos e membro do Instituto DH
Nós entendemos que vivemos num país democrático, regido por uma lei maior que é a Constituição Federal, que traz no seu artigo 5º garantias dos direitos fundamentais. Dentre essas garantias, nuns dos incisos está bem claro o direito de ir e vir. Na Caminhada da Rede para esta manifestação todas as providências foram tomadas com os devidos comunicados às autoridades. O trajeto foi acompanhado pela polícia militar. Nós entramos numa entrada onde não havia nenhuma placa informando que era uma área de segurança e proibida a entrada. Não havia nenhum impedimento que nos fizesse parar nesse estágio da estrada. Então, o que a gente entende é que a comunidade está certa. Fica um sentimento de tristeza. Nós somos cidadãos e todo povo aqui, ainda que não tenha especificamente claro isso, é militante de direitos humanos, pois estão lutando por uma vida com dignidade. Nossa ação não é para tumultuar, mas sim para ajudar uma cidade. Inclusive amparada pela Campanha da Fraternidade.
Frei Gilvander
Essa caminhada tem um sagrado objetivo de denunciar a construção de mais presídios em Ribeirão das Neves. Está escrito na Constituição brasileira que o princípio da dignidade humana deve ser respeitado, e que o povo tem o direito de se manifestar e lutar contra as injustiças. O impedimento da nossa caminhada é um absurdo.
Está escrito no Evangelho de João que a mentira oprime e a verdade liberta. O que o povo não pode ver? Entendemos então que tem coisas sujas que querem esconder e isso é triste. A maneira como fomos barrados por agentes de segurança encapuzados com tropa de choque do (GIT), cumprindo ordens, é mais triste ainda e imorais.
Dia 26 de abril terá uma audiência pública de direitos humanos da Assembleia Legislativa aqui e vamos denunciar isso. Esse fato reforça ainda mais a luta em prol dos direitos humanos em Ribeirão das Neves e contra a vinda de mais presídios para cá. Essa causa é mais que justa é nobre. Mas é lamentável esta postura truculenta de autoridades diante de uma manifestação pacífica.
Rosely - Pedagoga - Rede de Educação Cidadã e Centro de Estudos e Pesquisa e Intervenção de Ribeirão das Neves
Estou bastante indignada com essa situação de repressão. Impedindo que a população de bem de Neves possa realizar uma caminha ecológica na área de preservação ambiental. O que a gente está querendo não é uma cidade de presídios e sim uma cidade de ipês amarelos, uma cidade de córregos limpos, que respeita os jovens com a construção de mais escola, uma cidade onde a saúde funcione e que a população tenha qualidade de vida. Queremos uma cidade que preserve a natureza e o direito do cidadão, sendo democrática. Queremos que se discutam projetos que vem para cidade com a própria população. Nós queremos que a Penitenciária José Maria de Alkimim se transforme numa escola de ensino superior, e em patrimônio cultural da cidade. Queremos que toda área da Fazenda Mato Grosso se transforme num Parque Ecológico para a população usufruir da riqueza ecológica que existe neste local.
O Governo de Minas vai leiloar, nesta quarta-feira (30), 174 lotes de veículos, tratores, pás carregadeiras, motoniveladoras, retroescavadeiras, materiais e equipamentos de várias marcas, modelos e estado de conservação, considerados inservíveis para a administração pública do Estado.
O leilão será realizado no Palácio dos Leilões (Via Municipal 5, nº. 1800 – bairro São Sebastião, Contagem – MG), das 9h às 13h. O leilão terá lances iniciais variando de R$ 200,00 a R$ 202 mil e a estimativa de arrecadação é de cerca de R$ 1,3 milhão.
Visitação
A visitação dos 174 lotes poderá ser feita nos dias 28 e 29 de março, das 8h às 12h e das 13h em diferentes locais, disponíveis para consulta pelos telefone (31) 3915-8433.
Edson Alves, o Fera, foi o primeiro técnico do goleiro Bruno, sendo um dos responsáveis pela formação do atleta que brilhou com as camisas do Atlético-MG e do Flamengo. Acompanhando de longe o drama vivido pelo atleta, Edson concedeu entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, onde, apesar de não acreditar na participação do arqueiro no sumiço de Eliza Samúdio, ressalta que as más influências levaram o jogador a esta situação delicada. Confira abaixo a entrevista completa do treinador.
Conte um pouco sobre o início de sua relação com o Bruno?
O Bruno começou comigo na Escolinha de Futebol Palmeiras, que era no campo em frente à penitenciária. Ele tinha 13 anos, jogou comigo um ano e pouco e o levei para o Democrata de Sete Lagoas. Foi onde conviveu com o Gomes (goleiro da seleção brasileira na Copa de 2010), que agarrava no time de juniores. Mas logo veio embora para jogar no Venda Nova, de lá foi para o Tombense e chegou ao Atlético-MG.
E como era o Bruno que você conheceu? Apresentava algum tipo de comportamento que lhe chamasse a atenção, mudou o tratamento depois da fama?
Enquanto ele estava no juniores do Atlético-MG ainda tinha uma cabeça boa, era um menino tranquilo. Depois eu não sei. Subiu para o profissional, perdi o contato. Quando ele vinha a Ribeirão nos víamos na rua e somente nos cumprimentávamos. Perguntava se estava tudo bem.
Te surpreende a acusação de envolvimento em um crime? O que o senhor acha que pode tê-lo levado a isso?
Na minha opinião, ele tinha uma vida inteira de sucesso pela frente. Não sei o que aconteceu. Ficou rico muito rápido e passou a se envolver com pessoas que queriam apenas extorqui-lo, tirar proveito da fama dele. Talvez isso tenha gerado o que está acontecendo. Não sei. Quem vai dizer é a polícia.
Qual o peso do envolvimento de um ídolo da cidade para pessoas, como você, que realizam trabalhos sociais com crianças? A decepção com um ídolo pode atrapalhar a construir novas histórias?
Depois de Piazza, que é nascido aqui e foi campeão da Copa de 70, só ele deu certo. Muita gente jogou bola, inclusive eu, mas ninguém teve esse sucesso. Para mim, o Bruno era um ponto de referência. Era um menino pobre, que nasceu na favela, não teve cultura, não teve pai nem mãe próximos e venceu. Muito aqui estão assim. Não têm nem pai nem mãe. Era um exemplo. Mas não acredito que esse tipo de problema que tenha afetado a parte psicológica. Acredito que tudo isso é influência de terceiros, de pessoas que não o levaram para o bom caminho. Se ele tivesse tido contato com pessoas boas, seria a promessa para 2014.
O senhor acredita que o deslumbramento com o mundo do futebol pode ter sido o principal causador disso tudo? Como orientar aos jovens para que não repitam essa trajetória?
O meu trabalho não é para formar um jogador profissional, é para formar um cidadão. Depois dos 15 anos, o jogador não permanece mais na escolinha. Não faço nada esperando retorno, senão me tornaria empresário. O que eu prego é o seguinte: se a criança quer ter um carro e uma casa, basta estudar e trabalhar. Se quer fama, é diferente. Hoje os meninos querem jogar bola pela fama. É importante jogar futebol por gostar, não por fama. Casa, dinheiro e mulher vêm naturalmente para quem estuda e trabalha.
Sendo assim, na sua opinião, faltou esse tipo de estrutura para o Bruno ao longo da carreira?
Quando não há alguém para dar estrutura para isso, a pessoa se perde, se envolve com coisa ruim. Foi o que aconteceu. O dinheiro é exorbitante. É muito.
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