"Falam que o IFMG tem um diferencial grande e eu percebi isso no apoio que dão aos alunos, na infraestrutura, no incentivo dos professores a fazer atividades nos laboratórios e a participar de projetos e práticas no campus". A afirmação, do estudante Gabriel Pains de Oliveira Cardoso, de 17 anos, ajuda a entender como os números do Campus Ribeirão das Neves, compilados na Plataforma Nilo Peçanha, fizeram com que seu Índice de Eficiência Acadêmica, de 84,5%, fosse o melhor entre as 68 unidades de Institutos Federais e do Cefet em Minas Gerais.
Morador do bairro Veneza, em Ribeirão das Neves, Gabriel está no segundo ano do Técnico em Eletroeletrônica. Ele conta que sempre gostou de robótica e eletrônica e, por isso, decidiu ingressar no IFMG, após conhecer a instituição quando fizeram a divulgação do vestibular na escola onde estudava. "Só depois de cursar o primeiro ano é que tentei o processo seletivo, conheci o campus quando fui fazer a matrícula. No IFMG, os professores se importam muito com você, acompanham seu progresso, entram em contato com a família. O aluno se sente motivado, temos uma liberdade muito grande no campus e essa proximidade com os alunos é algo que se diferencia", destaca o estudante.
Para o professor Charles Martins Diniz, que atuou como diretor-geral até dezembro de 2018, a forma de atuação do Conselho de Classe é "fator fundamental na discussão dos problemas de ensino e aprendizagem dos alunos". "A análise do desempenho dos estudantes do Ensino Médio Integrado é feita trimestralmente, quando os atores envolvidos no processo pedagógico se reúnem e a situação de cada aluno é vista individualmente", explica. "Todos os professores dos cursos integrados participam da reunião e ajudam no auxílio personalizado aos alunos, que têm direito a reavaliações em casos específicos. É feito um estudo caso a caso e o professor tem autonomia total na decisão", complementa.
Aliada a essa forma de atuação, o Campus Ribeirão das Neves promove uma série de ações de pesquisa e extensão que acabam favorecendo a permanência dos alunos, já que, ao ingressarem no IFMG, passam a ter uma rotina puxada de estudos, com atividades ao longo de todo o dia. "É preciso entender qual é a história de vida deles, o que trazem de dificuldade para sabermos o que temos que trabalhar, quais projetos de pesquisa e extensão podemos desenvolver", afirma a atual diretora-geral, Maria das Graças de Oliveira, que foi diretora de ensino entre 2016 e 2018.
Iniciativas como o "Projeto Bússola", na qual os alunos do curso Técnico em Administração faziam atendimento a micro e pequenos empresários da região, acabam se tornando práticas diferenciadas de aprendizado que ajudam no desenvolvimento local. Além disso, são realizados seminários, congressos, encontros de informáticas, eletroeletrônica entre outras áreas. "Essa ligação entre teoria e prática é muito bem cuidada no campus e difundida entre os alunos", pontua a diretora-geral, que atribui o bom Índice de Eficiência Acadêmica também à qualidade dos estudantes que ingressam no instituto pelos processos seletivos. "À medida que o IFMG se torna mais conhecido, a concorrência para entrar nos cursos fica cada vez maior", diz.
Estudante do terceiro ano do Ensino Médio Integrado, Guilherme Rodrigues de Bragança Souza, 18 anos, afirma que a chegada do campus a Ribeirão das Neves despertou o interesse dele desde o primeiro momento. Morador do bairro Sevilha B, ele conta que, ainda durante as obras de construção da unidade, tinha curiosidade em saber quando começaria a oferta dos cursos. "Estava no primeiro ano, em uma escola estadual, mas voltei para repetir. A didática dos professores é muito boa, as oportunidades são muito interessantes, temos a assistência estudantil. Tive bolsa de pesquisa e extensão no segundo ano e agora fui aprovado para a bolsa de monitoria em química", relata. "Se o rendimento do aluno cai, os professores fazem reunião com ele ou reúnem com a sala para saber o que está acontecendo. Até mesmo nos problemas familiares tentam nos ajudar", revela.
Essa proximidade entre a instituição e os alunos e a atenção dada a eles também é um dos pontos apontados como diferencial por Gabriel Cardoso. "O que mais gosto é essa comunhão e união entre os alunos e professores. Temos uma amizade muito grande no campus, ficamos o dia inteiro juntos. Se você quer estudar pra valer, você consegue muita coisa, consegue ter acesso a várias oportunidades que não conseguiria em outros lugares", defende.
O trabalho com os discentes, apontado pelo aluno, é reflexo, segundo Charles Diniz, do comprometimento dos servidores e funcionários terceirizados. "Temos uma equipe focada no trabalho de desenvolvimento pedagógico. Os projetos dos cursos foram pensados de forma a integrar efetivamente o ensino médio ao ensino técnico para dar sentido ao estudo das matérias básicas. Além disso, a infraestrutura do campus evoluiu muito nos últimos anos, com laboratórios e salas de aula equipadas. Essa evolução de infraestrutura só foi possível com o apoio fundamental do reitor e sua equipe, bem como emendas parlamentares e recursos extraorçamentários conseguidos com o trabalho efetivo de todos os servidores", afirma.
Essa foi a segunda vez que o Campus Ribeirão das Neves liderou o ranking de Eficiência Acadêmica em Minas Gerais. O índice passou a ser divulgado pelo Ministério da Educação em 2018.