Quem vê as manchetes da imprensa segundina pensa que o Cruzeiro foi massacrado pelo Time de Vespasiano (TDV) e arrancou um empate a duras penas. Quem ouve as galinetes comentando o jogo também acha que as cacarejantes jogaram o fino da bola e passeou sobre o esquadrão estrelado no "Nanico do Horto". Puro engano.
Cruzeiro e Atlético-MG fizeram uma partida equilibrada de pura estratégia, que tinha tudo para ser um jogão de bola não fosse o péssimo dos péssimos que soprara o apito na noite desse domingo. Desde o início do jogo, e principalmente depois que Wallysson empurrou a bola no fundo das redes alvi-pink-negras marcando 1x0 para a Raposa, o dono do apito minou os nervos do time azul marcando toda e qualquer encostada que nossos marcadores impunham aos homens de rosa, além de amarelar peças importantes do Cruzeiro, sem que a mesma medida fosse tomada frente ao adversário. Não satisfeito, o árbitro inventou acréscimos de 4 minutos e proporcionou o empate das frangas ainda no primeiro tempo com um gol do bonecão-de-posto-agora-mulher.
Na volta do intervalo, o jogo mal começou e uma confusão envolvendo Leandro Guerreiro e um certo galinho garnizé acirrou de vez os ânimos, inclusive dos torcedores celestes, que de forma errônea, arremessaram no juiz copos descartáveis e outros objetos como forma de protesto à péssima arbitragem. O apitador mandou os dois para o chuveiro mais cedo e a bola voltou a rolar. Quando o lateral adversário foi expulso após falta violenta em Montillo, ao invés de o Cruzeiro se impor, o dentuço das terras gaúchas levou a bola sem ser incomodado até a meta de Fábio, que nada pode fazer, e marcou um belo gol para a Atlético-MG.
Quando a torcida rosa já estava toda assanhada comemorando um triunfo sobre a Raposa depois de não sei quantos anos, o Cruzeiro encurralou as emplumadas e pressionou até que o gol saísse. Numa bola rebatida pela zaga adversária, Montillo dominou mal, Guilherme lhe bateu a carteira, mas o argentino não desistiu do lance, deu um carrinho e roubou-lhe a bola com falta, ignorada pelo juiz. Na continuação do lance, o mesmo Montillo, caçador de cocota, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para o zagueiro Matheus apenas empurrar para o fundo do gol. Não fosse pela covardia do juiz, que teria que dar mais alguns minutos de acréscimo, a tremedeira cor-de-rosa não aguentaria a linha de tiro azul e uma virada épica seria vista.
O lance derradeiro e decisivo da partida foi um prato cheio para o babão turco ir até o microfone da Itatigayla chorar pelo resultado, fechando os olhos para os inúmeros equívocos que o juiz cometeu contra o comando estrelado durante toda a partida. Já o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, prometeu ir à CBF protestar contra a indecorosa apitada do pernambucano.
Dito isso, me despeço prevendo dias melhores à nação azul e deixo a frase do dia, enviada pelo amigo Luiz Augusto, cruzeirense de carteirinha, sobre a moral da história de um clássico incomum para os padrões das Minas Gerais. "O MELHOR TIME DO 6ALO EM 40 ANOS SÓ CONSEGUIU ARRANCAR UM EMPATE COM O PIOR TIME DO CRUZEIRO EM 40 ANOS".