Eu poderia vir aqui hoje e simplesmente descrever como foi o jogo do Galo contra o Goiás, falar da verdadeira inauguração da Arena, falar de um time que no primeiro tempo empurrado pela massa jogou como o verdadeiro “espírito atleticano” e em apenas 25 minutos já vencia por 2x0, mas que inexplicavelmente voltou para o segundo tempo com futebol de “timinho”, deixando o frágil adversário dominar completamente o ritmo da etapa e ser eliminado de maneira melancólica perante a torcida, mas aqui vou falar de como essa história tem se repetido ano após ano na Copa do Brasil.
O Galo se especializou em pregar peças na torcida principalmente quando se trata de Copa do Brasil, ano após ano colecionamos decepções neste torneio que deveria ser o principal objetivo do time no primeiro semestre, mas não foi.
E é muito fácil saber por que a Copa do Brasil não foi prioridade para esse grupo, logo no início da temporada o nosso presidente falastrão veio a público e disse “Campeonato Mineiro é obrigação”, ou seja, que se dane a Copa do Brasil ganhem o Mineiro, e o que parece é que os jogadores entenderam bem o recado do patrão e se dedicaram muito ao torneio estadual se esquecendo da competição nacional, tanto que o time fez 16 jogos na temporada e perdeu apenas um. Justamente o jogo que deveria ser o mais importante foi o que nos eliminou. Kalil deveria ter dito: “Copa do Brasil é obrigação”.
Ano após ano a história se repete e a Copa do Brasil, que se tornou um verdadeiro tabu a ser quebrado pelo Galo que há muito tempo não monta time para vencer, não foram quatro nem cinco eliminações melancólicas, foi muito mais que isso, normalmente, o Galo faz um péssimo primeiro jogo fora e volta com o discurso de que com o apoio da massa pode-se reverter a situação. A torcida se mobiliza, acredita, lota o campo e apóia, no início dos jogos parece que o objetivo vai ser alcançado, mas de repente vem um “apagão” e os jogadores jogam por terra todo um trabalho e acabam eliminados.
Posso citar exemplos de jogos contra o próprio Goiás, que já nos eliminou várias vezes, e um contra o Vitória em 2009 que o Galo precisava vencer por 3x0, fez o resultado e perdeu nos pênaltis, reações incríveis que se perdem na própria partida e nunca são usadas como lições no ano seguinte. Parece que o tal do mata-mata para o Galo tem que ter outro significado, pois estamos sempre morrendo.
Em toda a minha vida, quase 29 anos, nunca vi um presidente do Galo iniciar a temporada dizendo que “vamos priorizar as competições nacionais” ou “vamos com tudo para ganhar a Copa do Brasil”, o primeiro semestre do Atlético sempre foi nulo, sem objetivo, nem para montar time serve, pois sempre se deixa isso para meio do Brasileirão.
Mais uma vez faltou planejamento, algo que acontece em todos os anos por aqui, Kalil agora deve nos dizer que pelo menos o Galo tem o melhor CT, o melhor preparador físico, o melhor médico, um dos melhores treinadores, a melhor torcida, até um estádio, mas infelizmente teremos que dizer a ele, ainda não temos o principal, falta o time.
Para fechar o que disse a massa do no final do jogo: ÔÔÔ, queremos jogador!!!