Uma partida movimentou o primeiro dia do ano em Ribeirão das Neves. É que dezenas de amigos do bairro Sevilha B se juntam para promover um amistoso de jogadores casados contra solteiros. O jogo seria apenas mais um não fosse um pequeno detalhe: os solteiros se vestem de mulher para enfrentar os casados, trajados de uniforme convencional.
E a festa começa cedo. Os solteiros começam a concentração na casa de um dos jogadores para a caracterização. Sobra até para as irmãs, namoradas e amigas dos atletas, que auxiliam os marmanjos na escolha dos modelitos e, acredite, na maquiagem.
Depois de produzidos, os jogadores saem do bairro numa caminhada-desfile até o Estádio Municipal, despertando a curiosidade de moradores e comerciantes, que têm as mais diversas reações ao se depararem com a cena. É uma diversão só, quando todo mundo entra em clima de descontração.
Ah, e no fim de tudo tem a partida, que é levada a sério pelos jogadores. Em 2015, quem levou a melhor foi o time dos solteiros, vestidos de mulher, nos pênaltis, por 8x7, depois de empate em 2x2 no tempo normal. Os últimos anos têm mostrado equilíbrio, com três vitórias para os casados e duas para os solteiros nos últimos cinco confrontos.
Tradição
A pelada entre casados e solteiros já tem 25 anos de tradição. Começou na década de 90 organizada por nomes como Polaco e Lezinho. Atualmente, quem comanda a farra são Bruno Paregonta e Leandro.
Até ex-atleta profissional participa da festa. Dyego Gomes, que já disputou o campeonato mineiro várias vezes, afirmou que faz questão de participar do desafio. "A brincadeira todo ano já virou tradição e acho sempre válido participar. A gente inclui até as mulheres, que nos ajudam nas roupas e na maquiagem. É uma festa", afirmou.
A farra acaba em confraternização que dura horas e horas depois da partida.