Li, recentemente, matéria apontando o flagrante despreparo de pais na educação e formação do caráter dos filhos – “pais à beira de um ataque de nervos”. As experiências frustradas do americano Adam Mansbach de “exercer a paternidade como uma tarefa simples do cotidiano”, levou-o, toda vez que conseguia fazer a filha dormir, a postar no facebook um desabafo sobre o seu drama. Postagem aqui, postagem ali fez com que os textos se transformassem em livro e, daí, o “sucesso” de vendas – 400 mil cópias em um mês. Não conheço o livro, mas vou na mesma linha de raciocínio de Amy Chua – “ os pais querem a felicidade dos filhos, mas não estão seguros sobre quais caminhos seguir na hora de educar nem sobre qual seria o tempo suficiente para se dedicar a eles (...) estão perdidos e impacientes.” (Revista IstoÉ, 2176, 27/07/2011, pg. 68).
Parabéns aos papais que conhecem suas fragilidades e quem nem por isso precisam transformar a paternidade num fardo. Abaixo uma reflexão, que com certeza, ajudarão aos possíveis papais “perdidos” a refazerem a rota e transformarem a paternidade num grande sacerdócio.
“Só existe uma paternidade autossuficiente. É a paternidade de Deus.
Deus é Pai desde e para toda a eternidade. Todos nós, que somos pais, o somos no espaço e no tempo. Na eternidade seremos todos filhos do Pai e irmãos uns dos outros.
Ter consciência cristã da paternidade é, portanto, reconhecer que recebemos de Deus essa vocação.
Há duas espécies de paternidade: uma é a paternidade biológica. Qualquer um pode sê-lo a partir do amadurecimento físico, mas a face verdadeiramente humana da paternidade é a espiritual. Ser pai é formar a personalidade do filho. Gerar, alimentar e forjar o caráter do filho é a visão do verdadeiro pai. Nisso está a grandeza da paternidade como dom de Deus. Assim, somos chamados a ser pais à imagem e semelhança do Pai. E como é essa paternidade?
É uma paternidade exercida em amor. O filho nasce do amor. É fruto do amor. O pai ama o filho. O verdadeiro pai não deixa, não abandona, não rejeita o filho. O pai dá a sua vida pelo filho.
Mas amar só não basta; é preciso ir além do amor. Os pais modernos estão descobrindo, a duras penas que é preciso dar aos filhos, além do amor, sentido para a vida. Essa é a pedagogia amadurecida do Pai celeste. É dela que falava Jesus quando declarou: “tudo quanto sei aprendi de meu Pai” e, “meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também”. Todo o maravilhoso sentido da existência revelado por Jesus foi resultado da comunhão com o Pai.
Nada houve que devesse fazer pelo Filho que o Pai não o fizesse. Deus fez tudo quanto devia, mas não tudo quanto podia pelo Filho. Não o poupou da cruz, por exemplo. Aqui está outro princípio importante para os pais modernos: é preciso que os filhos sintam que agimos por amor, mesmo quando não dizemos o amém que a imaturidade deles deseja.
Há pais excelentes, mas que fracassaram porque como pais não souberam fazer distinção entre o que se deve e o que se pode. Porque deram ao filho tudo o que pediam e não tudo o que deviam condenaram os filhos a uma eterna dependência e imaturidade. Precisamos de pais que vivam a paternidade ao estilo do Pai celeste a fim de que existam filhos portadores da beleza da filiação divina. (Abival P. Silveira).
FELIZ DIA DOS PAIS!