Uma tonelada de tilápias criadas por detentos do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, foi doada nesta segunda-feira (2) ao Banco de Alimentos do município. Os peixes, tratados atualmente por seis presos no açude da unidade prisional, serão distribuídos a 22 instituições carentes, entre creches, lares de idosos, Apaes e obras sociais.
Essa é a segunda despesca de tilápias realizada no Presídio Antônio Dutra Ladeira. A primeira aconteceu no início de fevereiro e também resultou na doação de mais de uma tonelada de peixes. A iniciativa de produzir peixes dentro de uma unidade prisional é pioneira no país e fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que capacitou os presos em um curso de piscicultura.
O projeto teve início em julho de 2011, quando os detentos começaram a aprender como tratar os animais, qual ração utilizar em cada fase da vida, como fazer a higienização do local e, por fim, como realizar a retirada dos peixes. No dia 28 de fevereiro, os presos receberam certificados de conclusão do curso oferecido por professores e doutorandos da Escola de Medicina Veterinária da UFMG. A previsão é de seja feita uma nova despesca em dois meses.
Trabalho
Segundo o gerente de produção do Presídio Antônio Dutra Ladeira, José Rezende, os presos envolvidos no trabalho de piscicultura estão bastante satisfeitos. "Os detentos ficaram bastante empolgados quando souberam que aqueles peixes que eles criam estão sendo doados para pessoas que passam necessidade", conta.
Além de aprenderem um novo ofício, os presos recebem redução de um dia na sentença a cada três dias trabalhados. Atualmente, são quase 12 mil detentos trabalhando enquanto cumprem pena em todo o Estado. Os presos trabalham nas mais diversas atividades, como produção de bolas, sacolas ecológicas, equipamentos eletrônicos, cortinas, uniformes, roupas e, até mesmo, na reforma do Mineirão para a Copa do Mundo de 2014.
Agência Minas