Sempre que escrevo para este espaço, procuro repassar ao leitor um sentimento de aprendizado que obtenho atuando, pesquisando e até compactuando com pensamentos de autoridades do setor da administração.
Como o ato de administrar é inerente e pertinente a qualquer seguimento, tomarei a liberdade de falar um pouco do que penso em relação à administração nas escolas, seja particular, estadual ou municipal. Não em relação o que já acontece, mas como entendo que deverá ser.
Por estarmos diante de um tempo, onde a sociedade se encontra em constante e rápida mutação, talvez impulsionada pela evolução tecnológica, as escolas estão permanentemente desafiadas. Para acompanhar a necessidade dos clientes elas precisam e devem ser democráticas, participativas, criativas e, sobretudo muito dinâmicas.
Para não se imobilizar, estacionar e não se tornarem burocráticas, elas precisam também de profissionais igualmente dinâmicos, criativos, capazes de promover e conduzir mudanças percebidas como necessárias.
A permanente mudança no próprio ambiente escolar, em sintonia com as transformações da sociedade brasileira, e também por estarmos num mundo globalizado, onde todo mundo tem fácil acesso às informações, tem obrigado as instituições de ensino buscar um novo perfil de gestor, capaz de mudar rotinas e atitudes mecanicamente determinadas pelo passado e pela inércia.
Este novo gestor necessariamente deverá acumular algumas capacidades que merecem ser destacadas. Ter a capacidade de trabalhar em equipe, de saber gerenciar um ambiente complexo, de criar novos significados para ações repetitivas, de enxergar a longo prazo, de saber comunicar e valorizar ações criativas dos colaboradores, de mobilizar democraticamente os funcionários, de garantir o pluralismo de idéias e saber determinar oportunidades e limites. Ter visão sistêmica. Parece muita coisa, mas é o mínimo necessário para conseguir (no pior das hipóteses) acompanhar esta rápida e constante mutação.
Com este novo e competente gestor, as escolas poderão alcançar resultados significativos, como ampliar a capacidade de realizações da organização escolar, favorecendo a transformação do próprio potencial existente, em realizações concretas.
Pensando nas novas circunstâncias de instabilidade e mudança, este gestor que menciono, precisa rever os processos mecânicos, burocráticos e autoritários nas tomadas de decisões, substituindo-os por modelos dinâmicos e flexíveis, que incorporem os próprios processos de aprendizagem, individuais e coletivos das organizações. Isto serve também para a realização de escolhas.
Saber manejar tecnologias emergentes, é também ferramenta indispensável para o desempenho deste gestor, e conseqüentemente para a organização.
Esta nova sociedade tem exigido das escolas, novos modelos de pensar e agir, tanto pedagogicamente, quanto na sua própria administração.
Para que se consiga agregar novos clientes e reter os já existentes, os gestores terão de fazer com que suas escolas pertençam de fato a esta nova sociedade, e ingressar numa nova proposta educacional. Do contrário vão atuar precariamente e no vermelho.