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O feriado e as estradas

Fugindo da minha característica, pois gosto de falar sempre do mercado de trabalho, hoje terei a ousadia em manifestar-me em relação a outro seguimento.

Mais um feriado prolongado, e mais uma vez a apresentação pelos veículos de comunicação, de números sempre alarmantes e crescentes de tragédias nas estradas brasileiras, em especial em Minas Geras, e sobre tudo na 262/381 que liga nosso estado com o Espirito Santo, palco permanente de acontecimentos trágicos, independentemente de ser feriado prolongado ou não.

Desde que atingi a maior idade, a mais de 35 anos atrás, que assisto e ouço todos os anos os técnicos e especialistas da área em suas entrevistas, dando explicações dos motivos destes constantes aumentos de acidentes nestas épocas. É atribuída aos condutores toda a responsabilidade, seja pela imperícia, seja pela imprudência, falha mecânica entre outras, como fator de maior relevância. É claro que há realmente a participação destes como fatores negativos, que tem e devem ser combatidos.

“Ocorre que não podemos maquiar o real motivo de décadas de acontecimentos trágicos e perda de vidas, e esconder os maiores culpados destes episódios, que são as autoridades”.

Estradas há décadas sucateadas, sem manutenção, sinalização de difícil visualização, ausência preventiva de militares em pontos críticos, (pois só os vimos nos postos rodoviários) e o mais agravante, a omissão dos gestores públicos.

Quanto aos motoristas, ainda se consegue punir alguns, mas quanto às autoridades, não há nenhuma ferramenta que se possa usar para responsabilizá-los.  Até mesmo porque, não é claro para o contribuinte, “e isto é proposital”, qual é a pessoa realmente a ser procurada para nos dar explicação. O secretário atribui ao Governo Estadual, que transfere para o DNIT  que transfere para o Governo Federal, enquanto isso as tragédias vão se repetindo.

Apresentam sempre soluções mágicas para mudar este cenário, e desde que acompanho estes noticiários, o aumento no valor das multas foi e é sempre a única medida tomada. Dizem simploriamente, que quando dói no bolso do contribuinte, este fica mais atento e acata melhor as regras do trânsito.

Está estatisticamente provado, que esta mediada só resolve o problema dos cofres públicos, pois apesar de todos os anos tomarem esta mesma medida, e pelos altos valores já aplicados na execução das multas (ou arrecadação) os acidentes não param de ter seus números aumentados a cada ano.

Não precisa ser especialista para visualizar que o que realmente contribui para tantos acontecimentos, é a própria estrada, pois motoristas habituados a fazer este trajeto há anos, também foram vitimados. É só comparar este, com o trecho que nos leva para o Rio de Janeiro, onde a conservação é mais aceitável.  Um grande contingente de mineiros também utiliza nesta mesma época este trajeto, sem a caracterização de tantos acidentes.

Não quero ter a pretensão de concorrer com os especialistas, seus conhecimentos, mas como usuário frequente e testemunha ocular destes episódios, me vejo no direito de manifestar.

Enquanto não se conseguem resolver sequer o problema do EDITAL, que também se arrasta ha décadas, para intervenção no citado trecho, precisamos pelo menos de iniciar uma força tarefa para fazer com que as autoridades competentes, que nos enxergam, caso estejamos falando ao celular enquanto dirigimos. Que nos enxergam se estivermos dirigindo sem o cinto de segurança ou com o extintor com data vencida. Que podem em sua zona de conforto, debaixo das marquises e sempre sorrateiramente preencher um formulários para nos multar,  tenham uma ação mais efetiva nestas estradas, com estratégias preventivas, e não só punitivas como as que vimos hoje em todos os locais.

Precisamos de segurança! Chega de sermos vitimas do descaso, das estradas, das punições, da arrecadação e da omissão das autoridades.

 

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