Escrevo a todos os educadores, sejam eles formais, informais, religiosos, lideranças, mães, pais, professores, pedagogos, diretores e todos aqueles que de alguma forma promovem a educação. Mesmo que seja por um gesto, uma ação, um olhar ou uma simples palavra. Afinal, a educação e a aprendizagem acontecem em qualquer lugar. Nas ruas, em casa, na cidade, na “internet”, nas redes sociais, na escola, na igreja e em vários espaços e tempos. A aprendizagem é contínua, infindável e independente de formação, títulos ou profissão estaremos sempre em processo de aprendizagem, sempre há algo novo a aprender. Nessa perspectiva, venho dialogar com vocês sobre a educação escolar.
Nos últimos anos, percebemos uma expansão tecnológica, que nos impõe a necessidade de mudanças. Mudanças essas, que movimentam, desorganizam e reestruturam as metodologias usadas em sala de aula. Com o contexto da pandemia, em decorrência ao Coronavírus, sentimos na pele, de maneira coerciva e impositiva o reflexo da mudança. Fomos coagidos a reinventar nossas práticas, sair do nosso ponto de segurança, de nossa zona de conforto e nos embrenhar ao mundo virtual, à tecnologia digital e às aulas remotas.
E assim, mais uma vez, sentimos todo nosso trabalho, esforço, dedicação e angústias serem colocados à prova. Pois, equivocadamente, na cabeça de muitos, se não há aulas presenciais, não há trabalho para o professor. Em diversos momentos na história da educação brasileira, vimos nossa profissão e nosso trabalho sendo descredibilizados, sofrendo ataques e sendo pauta de opiniões das diversas instâncias, de muitos que ao longo de anos se quer, quiseram saber o nome da professora ou professor de filhos, sobrinhos, afilhados e outros. Todavia, esse não é o foco deste texto, pois, felizmente isso não é regra, nos bastidores, temos uma multidão de mães, pais, pesquisadores e parceiros que colaboram e compreendem a importância do trabalho docente e da educação para nossa sociedade.
A pandemia que estamos enfrentando, nos trouxe desafios que já eram perceptíveis em nosso fazer docente e impulsionou o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação escolar. Estruturalmente, as escolas do século XXI não se diferem das escolas do Século XVIII, entretanto os estudantes da contemporaneidade em nada se assemelham aos estudantes dos últimos séculos. Estamos falando da geração de estudantes X e Y, como dizem alguns estudiosos, apresentam realidades diferentes e se posicionam como atores sociais críticos e autônomos que aprendem de maneira diferente. As informações, que outrora, estavam disponíveis em barsas, livros e enciclopédias, hoje estão em nossas mãos, nos celulares, nos jogos, nas vitrines das lojas, nos muros das cidades. Nossas crianças e jovens estão cada vez mais conectados às tecnologias digitais. Enquanto nos séculos passados o saber era posse dos professores, hoje o saber é posse de todos; professores, mães, pais, estudantes. O modelo hierárquico e verticalizado, já não faz mais sentido e o educador ganha novas funções, responsabilidades e a consciência de que se tornou um mediador e incentivador do aprender junto, do aprender de maneira colaborativa valorizando a multiplicidade de outros saberes.
E lá vamos nós... imaginar, criar, reaprender, desconstruir, reconstruir, inovar. E se for preciso! Fazer piruetas, malabarismos, tornar influencer, editar vídeos, criar animações, desvendar aplicativos, pesquisar, ler, inventar, transformar, fazer, refazer, refletir, cuidar da casa, do trabalho, dos filhos e se desdobrar em diversas funções. SIM!!! Nós educadores(as) temos uma habilidade imensa de enfrentar desafios. Somos fortes, guerreiros(as) e pela educação de qualidade estamos dispostos a encarar uma multidão de desafios em prol do bem maior para nossos (as) estudantes. Com carinho, deixo minhas congratulações a todos os educadores(as) da nossa cidade, estado, país e do mundo. Resiliência e força são palavras que nos define.
Forte abraço virtual, luz e paz.