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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última semana que houve um aumento populacional em Ribeirão das Neves. Passamos de 296 mil para quase 340 mil habitantes. Outra notícia que também envolve a cidade é que a MRV anunciou que vai trazer novos empreendimentos para o município. Em função disso, resolvi abordar o tema: os impactos do novos empreendimentos imobiliários e o aumento populacional desordenado.
Historicamente, Ribeirão das Neves recebeu um grande número de moradores nas últimas décadas. Em muitos casos, gente vinda de diversas cidades da região metropolitana, principalmente na busca por um custo de vida mais baixo ou, em alguns casos mais específicos, para acompanharem seus familiares, que estão no cumprimento da pena privativa de liberdade. De qualquer forma, o que a princípio parecia ser uma facilidade se tornou um problema para o novo morador e para o município.
Essa migração se deu e foi facilitada por várias gestões, principalmente, por meio de loteamentos irregulares, o que ampliou o adensamento em locais que nunca houve planejamento para o recebimento populacional. O resultado disso, foi a sobrecarga do sistema público: falta de vagas em escolas e extrema dificuldade nos atendimentos em postos de saúde, unidades básicas, Upas e no único hospital da cidade.
Além desses problemas, sempre ocorreu na cidade uma total falta de planejamento urbano, o que dificulta muito o tratamento de esgoto, lixo e do saneamento básico dessas regiões que não foram regularizadas.
Com isso, essa população, muitas vezes de baixa renda, não consegue arrumar emprego na cidade e para subsistência básica precisa se descolar para Belo Horizonte. Além disso, ocorre a sobrecarga do sistema de transporte público.
Estamos falando de um efeito dominó. O aumento populacional sem planejamento faz com que qualquer município entre em colapso, mas parece que, mesmo a cidade tendo um grande aumento populacional nos últimos anos, esse fator não assusta os atuais gestores.
Na contramão do desenvolvimento, o município mesmo ao receber a notícia que conta agora com quase 340 mil moradores, ainda aceitou a proposta da construtora bilionária MRV, para iniciar a construção de um empreendimento na região de Justinópolis que terá mais de 900 apartamentos.
De acordo com informações preliminares, a cidade receberia muito pouco em contrapartidas, e ao que se sabe não terá a construção por exemplo de novos equipamentos públicos para suprir as demandas de saúde e educação, que surgirão logo após o encerramento dessas obras.
Além dessa falta de negociação, a cidade ainda está para aprovar o novo plano diretor. Segundo análise feita por especialistas, existe previsão muito maior de novos empreendimentos imobiliários ao invés de uma política de expansão industrial. Postura estranha do poder executivo, já que continua priorizando o adensamento populacional e não vem adotando medidas para que isso seja freado, deixando de fazer com que os bairros que já existem sejam consolidados e desenvolvidos.
Enquanto a cidade não investir em geração de empregos, expansão industrial e no desenvolvimento das regiões já existentes, vamos ter que continuar lidando com os problemas enumerados ao longo desse texto. É preciso que essa ordem seja alterada: em primeiro lugar vem o INTERESSE PÚBLICO e depois pode até ocorrer o lucro dos empresários.
Volte em breve! Um abraço e até a próxima!