Muito se tem falado nos últimos dias, nos meios de comunicação, sobre a redução das taxas de juros pelos Bancos. Inicialmente, somente as instituições bancárias pertencentes ao poder público (Caixa e Banco do Brasil) haviam se pronunciado sobre esta decisão. No entanto, após este posicionamento, gradativamente, os Bancos privados começaram, mesmo que timidamente, a declarar suas reduções.
No entanto, o consumidor deve ser muito cuidadoso e buscar informações sobre as condições impostas pelas instituições para fornecerem estas taxas mais atrativas. A principal reclamação é que, para usufruir de menores percentuais anunciados nas propagandas, é preciso cumprir uma série de requisitos. As "pegadinhas" vão desde a aplicação do juro menor apenas para empréstimos de prazo muito curto até a exigência de um tempo mínimo de conta no banco.
Na região Norte do nosso País existe uma figura muito conhecida dos fazendeiros: o chamado “Boi de Piranha”. Conta-se que ao atravessar um rio infestado de piranhas, eles abatem um de seus bois, já velho e/ou doente, e atiram seu corpo, sangrando, ao rio, para atrair os peixes carnívoros enquanto eles próprios e o resto da manada passariam à outra margem sem serem incomodados.
É isto que os Bancos estão tentando fazer. Distrair a nossa atenção com esta pequena e difícil oferta de juros baixos para acabar vendendo outros produtos e serviços caros e endividarem ainda mais o consumidor já superendividado. Na maior parte das propagandas, os bancos publicam a taxa mínima que será praticada numa operação. No entanto, o valor real é calculado segundo o perfil do cliente, através de critérios impostos pelos próprios Bancos, como tempo de conta, inadimplência, utilização de créditos anteriores e até mesmo questionamentos judiciais de financiamentos antigos.
O consumidor deve ser muito criterioso antes de tomar empréstimo pois eles ainda são caríssimos e comprometem uma boa parte de seu salário por um longo período. Deve conhecer a fundo todas as informações, tais como: a taxa real paga pelo dinheiro que está tomando emprestado, o valor efetivamente emprestado e qual o valor total que será pago ao final de todos os pagamentos, as taxas, enfim, todo cuidado é pouco.
Por fim, vale ressaltar que quando o consumidor guarda o dinheiro e negocia o produto ou serviço com pagamento a vista, ele sempre consegue grandes descontos e valores muito mais justos pelos bens que deseja adquirir. Cuidado com esta filosofia imediatista que as empresas e as propagandas tentam incutir em nossas mentes de que “preciso comprar pra ontem”.
Fique atento e exija sempre que seus direitos sejam respeitados!