O que dizer do trânsito e do transporte público em Ribeirão das Neves? Para os que dependem do transporte público para sua locomoção, esta questão é complicada para ser respondida de imediato. A lista de reclamações, reivindicações é extensa. Já os que não dependem do transporte público também se vêm em situação delicada, pois o trânsito está se tornando um dos problemas urbanos mais expressivos do município. Para aqueles que dependem do transporte público, sobretudo nos chamados “horários de pico” manhã e noite já se depararam com os caminhões que circulam na LMG-806 pela manhã e que tornam o trânsito lento. Isso quando não ocorrem acidentes. Esses caminhões que trafegam pelo centro da cidade, não poderiam circular na região, pelo menos não no chamado horário comercial, onde o trânsito é intenso.
O padrão urbanístico do centro e a pavimentação das ruas e da LMG-806 não comportam esse fluxo de carros pesados que por enquanto, é pequeno, e que já causa problemas. O município é utilizado como alternativa de cortar caminho por alguns desses caminhoneiros. As empresas instaladas no município que demandam o serviço de escoamento da produção precisam desenvolver uma política conjunta com os órgãos responsáveis para melhor viabilidade dos serviços sem prejudicar o trânsito.
A grande pergunta sobre a questão do trânsito no município gira em torno da duplicação da LMG-806. As obras começaram em 2010 e pararam após as eleições. A Secretaria do Estado de Transportes e Obras Públicas - SETOP divulgou em seu site que: O processo está em fase de formalização do contrato e será concluído em aproximadamente 15 dias. Após o término desta etapa será dada a ordem de início das obras e o prazo para conclusão é de aproximadamente 540 dias.
Já se passou quase um ano desde o início das obras e até agora o que se observa é o rastro deixado pelas máquinas desde o começo dos trabalhos. A importância dessa obra gira em torno da necessidade de melhores condições de tráfego e segurança para o trânsito na rodovia. Acidentes tornaram-se freqüentes e as medidas de prevenção que deveriam ser tomadas pelo poder público simplesmente inexistem. Quando ocorre alguma reclamação desse nível, começam-se as estratégias como aquelas das crianças para fugirem do castigo, essas mesmas, de um jogar a culpa nas costas outro, para livrar a sua. Só que no caso da administração pública ocorre entre instâncias e competências. A população não pode acostumar com essa situação. Além do transporte público precário e ineficiente, têm ainda que conviver com um trânsito que está se mostrando incapaz de satisfazer a necessidade de deslocamento da população.
O município possui três saídas, dentre as quais uma dessas é uma alternativa pouco viável do ponto de vista de deslocamento à Belo Horizonte, principal destino da população nevense. A saída por Pedro Leopoldo. Neste trajeto o tempo e o percurso tornam-se muito extensos, pois o trajeto faria uma volta enorme passando por Vespasiano e Santa Luzia. As duas saídas restantes são: pela BR-040 e pela LMG-806. A BR-040 é uma alternativa mais rápida para se chegar à capital, que também não deixa de ter seus problemas. A LMG-806 é a principal saída para a capital, visto a proximidade com o limite político administrativo entre os dois municípios, que se dá no bairro Lagoinha. Este intenso fluxo de automóveis se depara com um dos problemas urbanos mais difíceis de ser solucionado, as péssimas condições das estradas.
O exemplo mais próximo que se percebe da ação do poder público sobre a questão do fluxo de carros pesados circulando no centro urbano ocorreu em Belo Horizonte, onde, foi proibida a circulação de caminhões no centro da cidade. Os caminhões de carga e descarga têm horários alternativos e rotas diferenciadas para que o trânsito não seja prejudicado. O trânsito no centro da capital está caótico em horários onde o fluxo de automóveis é maior, se houvessem caminhões trafegando nessa região, nesses horários, como estaria o trânsito atualmente? Inimaginável! O trânsito de Belo Horizonte estaria muito mais próximo do que é o trânsito de São Paulo hoje.
Ribeirão das Neves precisa de uma política que seja efetiva nesse assunto. A população tem o direito.