Férias escolares e ventos de inverno combinam com a tradicional brincadeira de infância – soltar pipa ou papagaio pelas ruas. Divertida, a atividade requer cuidados e principalmente vigilância. Isso porque é nesta época do ano que se intensificam os acidentes com linha de cerol. No ano passado, só no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), 44 pessoas deram entrada na unidade vítimas de ferimentos com cerol, sendo que 31 delas nos meses de junho e julho. Em 2007, foram 45, sendo que 38 em junho e julho. Este ano, de janeiro até agora foram registrados 14 casos, sendo oito deles só nos primeiros 16 dias de junho.
Médicos do HPS alertam para o risco desses acidentes, que costumam ser muito graves. Um dos principais alvos são os ciclistas e motociclistas. As vítimas são surpreendidas com as linhas bezuntadas da mistura, muitas vezes fatal, de cola e vidro moído. Os ferimentos provocados pela linha com cerol podem ser superficiais ou profundos e ocorrem, principalmente, na região cervical, membros inferiores e mãos. “O pescoço preocupa porque é uma área de grandes vasos, veias e artérias que quando atingidas causam sangramentos intensos. Além disso, a pessoa pode morrer na hora por enforcamento”, Luiz Alberto Sabino, clínico geral do HPS.
Os ferimentos nas mãos e pernas são mais comuns com quem está soltando papagaio, seja na hora do preparo ou mesmo se enroscando na linha com cerol. A possibilidade de complicar com infecção é o principal temor. Em casos mais graves, há o risco de perda do membro por infecção. Por ser uma lesão corto-cortante, o tratamento consiste em suturar o local e tratar as infecções. Para evitar o problema, a dica é instalar antenas de proteção em motos e bicicletas. Mas a educação e a punição dos responsáveis ainda é a melhor saída para evitar esses acidentes.
Agência Minas