A prefeita Daniela Corrêa participou, na tarde desta sexta-feira (4), do programa Plantão da Cidade, da rádio Itatiaia, com o radialista Eustáquio Ramos, e falou sobre diversas questões envolvendo sua administração em Ribeirão das Neves. Confira abaixo a transcrição da entrevista.
Estáquio Ramos: Prefeita, uma curiosidade. Neves tem 315 mil habitantes. Vocês acreditam que tem mais?
Daniela Corrêa: Nós temos 126 mil imóveis cadastrados. Ainda tem aqueles irregulares. Se fizermos uma estimativa de quatro pessoas por casa, dá mais de meio milhão de habitantes.
Eustáquio: Sobre esse projeto de o município receber lixo de outros municípios?
Daniela: É uma oportunidade para explicar. Em 2006 a Prefeitura deu uma licença para uma empresa construir o aterro. Depois, em 2008, criou uma lei que vetava receber lixo de outros municípios. Ano passado, o antigo governo do estado, criou a PPP do lixo. Eu levei a pauta para o município, pensando nas boas contrapartidas. Eu fiz várias plenárias, o povo disse não, e eu pedi para arquivar a lei. Na semana passada, eu fui surpreendida pela lei da Câmara, aprovada sem participação popular. Iniciei com minha equipe a construção do veto e encaminhamos à Câmara. A Câmara chamou uma reunião hoje de manhã para apreciar o veto, e a gente teve notícia que a Câmara decidiu, por votação secreta, manter o veto. De qualquer forma, ainda necessitam da Licença de Operação, a L.O., que é competência da prefeita.
Eustáquio: E aquele lixão na LMG-806?
Daniela: Aquele aterro é controlado, fizemos tratamento do chorume, para aguardar o PPP do lixo. E o que nos levou a tomar a decisão foi a decisão do povo. Mesmo com as contrapartidas, a sensação é que estaríamos sendo feridos mais uma vez em sua autoestima.
Eustáquio: E sobre a desativação da penitenciária José Maria Alkimin?
Daniela: Isso é uma novidade para a cidade, mas é um desejo antigo. É um acordo que eu fiz com o governo anterior, que não cumpriu, e o novo se comprometeu. A finalidade que queremos dar àquele equipamento é um complexo educacional. Queremos abrir uma escola municipal, uma faculdade. Nós já demos nossa contribuição com o sistema carcerário.
Eustáquio: Existe algum movimento nesse sentido nos outros presídios?
Daniela: O Secretário de Estado poderia responder. Por mais que a PPP seja um bom modelo, aquele projeto foi feito de qualquer forma, sem ouvir a cidade.
Eustáquio: O país está em crise na área econômica. Neves não tem muitas empresas, vive do FPM. Houve redução o FPM?
Daniela: Tivemos uma queda sim. Arrecadamos R$ 26 milhões/mês, nosso custeio é de R$ 33 milhões/mês. Todo mês é déficit. Eu cortei em contratos, não posso cortar em pessoas. Estamos empenhando agora em R$ 29 milhões/mês. Vamos fazer novas reduções.
Eustáquio: E os cargos comissionados?
Daniela: Cargos comissionados são 2%. Nossa folha é de 15,6 milhões, comissionados é menos de R$ 600 mil. A situação está como na casa da gente. Nós temos que escolher quem não pagar. Vamos conversando com os empresários, mas é difícil.
Eustáquio: A Prefeitura está tendo atrasos de salários?
Daniela: Está havendo sim. Tivemos bloqueio do FPM, por dívidas passadas do INSS. Agora vamos liberá-lo novamente. No mês passado paguei dia 26. Nunca passo mais de um mês atrasado.
Eustáquio: Hoje a principal reclamação é o Move e a duplicação da LMG-806.
Daniela: A questão do Move é bem emergencial. Em dezembro o governador entrega a estação do Move concluída, espaçosa e respeitosa. 60% dos nossos adultos trabalham fora. Vamos deixar o pedido ao governador para incluir a LMG no plano de obras no ano que vem. O PAC de Justinópolis vai ter continuidade depois da liberação do meio ambiente. Temos também mais de R$ 40 milhões para o PAC Mobilidade. Vamos fazer também convênio com o estado para asfaltar várias ruas que historicamente precisam de reparos.
