A Câmara Municipal de Ribeirão das Neves realizou, nessa segunda-feira (17), uma Audiência Pública para discutir os atrasos no pagamento dos servidores municipais. Participaram os vereadores Fabiano Diniz (SD), Bruno Reges (PT) e Dr. Rômulo Fernandes (PMN). Representando a Prefeitura estiveram a Secretária de Administração e Recursos Humanos, Geisa Campos, o Secretário de Finanças, Sirlei Resende, e o Procurador Geral do Município, Cláudio Figueiredo.
De acordo com os representantes da Prefeitura, o município vem sofrendo com a queda na arrecadação de recursos, principalmente pela redução de 32% no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), reflexos da crise econômica e que, apesar do cenário adverso, a administração tem trabalhado para evitar demissões e tentar pagar os servidores dentro do mês, de forma escalonada.
Os secretários municipais afirmaram também que a Prefeitura estuda uma redução na jornada de trabalho de alguns setores sem redução dos salários e admitiram que concursos e processos seletivos ainda não foram homologados para não onerar ainda mais a folha de pagamento. Sobre os boatos de que o executivo não pagaria o 13º salário neste ano, os gestores foram enfáticos ao negar tal medida, mas não garantiram o pagamento dentro do prazo previsto por lei, assim como vem acontecendo com a folha mês a mês.
O procurador Cláudio Figueiredo lembrou que as dívidas da gestão passada ainda impactam as contas do município e enumerou as medidas que tem sido tomadas para melhorar a situação das contas públicas. "Terminamos com o contrato de terceirização dos serviços de limpeza, temos evitado de fazer novas compromissos e estamos racionalizar itens como papel, combustivel e produtos de limpeza. Se não fosse o planejamento da Prefeitura, a situação estaria muito pior. Estamos tomando atitudes desde abril, terminando com uma série de terceirizações e dispensar uma série de contratos", afirmou Figueiredo.
Em seu discurso, o vereador Fabiano Diniz (SD), autor da proposta da audiência, criticou a gestão municipal, falou em despraparo e desconhecimento de alguns secretários sobre a cidade e afirmou que, se não fosse inconstitucional, criaria uma lei para que esses postos fossem ocupados por pessoas que vivem em Ribeirão das Neves.
O vereador ainda avaliou a audiência como muito positiva por trazer os trabalhadores para dialogar com os secretários. "Mesmo gerando conflitos, a audiência teve equilíbrio, onde os trabalhadores puderam manifestar sua indignação, e a Prefeitura pôde dar suas justificativas. A continuidade desta audiência significa que nós queremos mais respostas, é importante chamar a comunidade para se manifestar para que nós possamos incomodar o executivo na busca por uma alternativa para essa grande crise na nossa cidade", avaliou.
A audiência terá continuidade no dia 3 de setembro, às 18h, na Câmara Municipal de Ribeirão das Neves.