Uma organização criminosa pode estar por trás de um esquema de fornecimento ilegal de água e en energia a grandes empresários e moradores de classe média e alta em Ribeirão das Neves. O Ministério Público de Minas Gerais afirma que há indícios de participação de atuais e ex-funcionários da Cemig e de terceirizados da Copasa.
“Infelizmente, corrupção não tem fronteiras, nem classes sociais, temos desde morador pobre que faz gato no poste e elástico no hidrômetro, até fraudes sofisticadas de redes de supermercados, academias, lavanderias, que compram esse serviço de uma organização criminosa”, disse o promotor Henrique Macedo.
Para coibir estas ligações clandestinas, o MP realizou uma operação nessa terça-feira (2) com as polícias civil e militar. O objetivo desta força-tarefa era, além de identificar os envolvidos, possibilitar que técnicos da Copasa e da Cemig fizessem uma perícia para detectar o “modus operandi” da quadrilha.
Quarenta imóveis no bairro Vale das Acácias foram vistoriados. Segundo o Ministério Público, é neste bairro onde acontece a maior perda de água da Copasa e onde há mais indícios de fraude da Cemig. Outros 280 imóveis do condomínio serão fiscalizados até 15 de março.
De acordo com a Copasa, metade dos imóveis vistoriados apresentaram irregularidades e a companhia afirmou que uma indústria está sob análise de lançamento de esgoto irregular na rede. Além disso, a água que é fornecida para boa parte dos moradores não é tratada, o que é crime.
"Não tira apenas dinheiro da Copasa, é uma atitude criminosa que provoca contaminação da água e tira a regularidade do abastecimento de água de outras pessoas", explicou a diretora de Relacionamento e Mercado da Copasa, Cristiane Schwanka.
"A sociedade paga por essa perda de energia, podendo a tarifa do consumidor mineiro ser mais em conta se não houver essa perda", afirmou o engenheiro de Controle e Perdas da Cemig, Armando Fernandes Rocha.
A Polícia Civil informou que não houve conduzidos em relação à irregularidade de energia ou água. Duas pessoas foram presas em virtude de mandado de prisão que estava em aberto.