A Forania N. Sra. das Neves, por meio da Rede Nós Amamos Neves, promoveu, na noite dessa quinta-feira (29), debate popular sobre a reforma política e o projeto do Governo Estadual de implantação do Aterro Sanitário da RMBH no município. A prefeita Daniela Corrêa (PT), secretários municipais e dois técnicos do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea) de Belo Horizonte, Guilherme Fonseca e Leila Regina Silva, participaram da reunião, que reuniu cerca de 100 pessoas no salão paroquial da Igreja N. Sra. das Neves. A atividade está em sintonia com a Semana Social da Arquidiocese de Belo Horizonte, juntamente, com toda a Igreja no pais.
O padre José Geraldo de Sousa, responsável pela Forania, que integra oito paróquias de Ribeirão das Neves, abriu e conduziu o debate falando sobre a importância desta semana, do processo de debate sobre a realidade social e as propostas para mudar o Brasil. Embora o encontro tivesse como objetivo tratar igualmente os dois assuntos proposto na pauta, o tema sobre o projeto da implantação do aterro sanitário na cidade ficou como a discussão principal da noite.
A convite da Forania N. Sra. das Neves, os técnicos sociais do Insea, Guilherme Fonseca e Leila Regina iniciaram com a explicação sobre o processo do descarte dos resíduos sólidos, a política construída sobre o assunto no Estado e o sistema de parceria pública privada para realizar a gestão dos aterros. "Solicitamos os técnicos do Insea para nos ajudar a aprofundar sobre o assunto, por serem pessoas isentas no contexto municipal, com a expectativa de entendermos as consequências que envolvem a implantação do projeto em nosso município", disse o padre José Geraldo.
A população acompanhou atentamente toda a explanação dos convidados, que compuseram a mesa, e também teve a oportunidade de fazer perguntas direto à prefeita e ao secretário de Desenvolvimento Urbano, Murílio Valadares; secretário de Finanças, Márcio Rosa Portes; secretária da Assistência Social, Kátia Cilene Goulart; e secretário de Educação, Alem Luiz da Cosa. O vereador Bruno Reges também compôs a mesa.
As principais dúvidas apresentadas estavam relacionadas à gestão e a fiscalização, ao real custo-benefício do aterro, ao impacto no trânsito e no meio ambiente, à situação dos catadores da cooperativa da cidade e à metodologia de gestão apresentada pelas empresas Queiroz Galvão Barbosa Melo e Revita, vencedoras do processo licitatório.
De acordo com a prefeita, o maior ganho imediato seria a desativação do lixão, localizado na LMG-806, que está interditado e vive de liminar para receber os resíduos sólidos da cidade, além de acabar com a despesa de R$ 500 mil/mês, gerada pela manutenção do mesmo. Sobre a proposta de integração do município ao plano de parceria pública privada para solucionar a descarte do lixo, Daniela esclareceu que o plano foi apresentado aos municípios do Colar Metropolitano na gestão anterior e que também foi aderido e assinado pelo governo passado. "Nesta gestão nós confirmamos a nossa adesão ao plano de PPP", afirmou.
Nova estratégia
Há quase dois meses o projeto foi encaminhado pela prefeita Daniela Corrêa à Câmara dos vereadores. Desde então, o assunto tem gerado polêmica e muitas dúvidas. Como o projeto não foi votado na Câmara e os vereados pediram diligência de 120 dias para voltar com assunto à plenária na Casa Legislativa, uma nova estratégia foi criada pela prefeitura. A mudança foi feita, por que segundo Daniela, com 120 dias não conseguiria fazer o debate com a população. Então, para não perder o prazo, preferiu solicitar a retirada do projeto na Câmara Municipal. De acordo com a prefeita, a ideia agora é realizar debates isolados para aprofundar a discussão do projeto com a população para no final do processo promover uma grande plenária com a participação da Agência Metropolitana. "Meu posicionamento sobre o projeto será de acordo com o sentimento do povo. Se o sentimento do povo for favorável, serei favorável. Caso contrário, vou solicitar o arquivamento do projeto", garantiu Daniela.