O Cooperalta, do bairro Ressaca, em Contagem, sagrou-se campeão da 5ª edição da Copa Vagalume de Futebol Amador ao derrotar o Grêmio Azul, do bairro Veneza, por 1x0, em jogo disputado no estádio Maria Helena Barroso na noite do último domingo (1º).
Antes da partida, os jogadores entregaram à comunidade carente as cestas básicas arrecadadas dos jogadores indiciplinados que receberam cartões durante a competição. A dona de casa Maria Aparecida Amaral, de 50 anos, disse que recebe a ajuda todo ano e que a doação vem sempre em boa hora para ajudar na alimentação da família.
Durante todo o dia foram disputadas diversas partidas no local, com destaque para a preliminar do jogo decisivo, em que 'As Donzelas' perderam para o 'Fome Zero' por 5x2, resultado que pouco importou diante da festa feita de jogadores homens usando saia e calçando tamanco para animar a galera.
O vereador Fábio Caballero, que faz a promoção e a realização do torneio, disse que a Copa Vagalume tem uma importância que vai além da esportividade, atingindo também o cunho social. "O regulamento coíbe as faltas e beneficia a comunidade carente, além de o torneio valorizar a família, trazendo pessoas ao campo para um momento de lazer", disse.
Fábio ressaltou o apoio recebido da Polícia Militar, que fez a segurança do evento com cerca de 6 viaturas e um efetivo aproximado de 25 homens, e da Associação Comunitária Cidadania Ativa, que também colaborou para a realização do campeonato. Fábio, porém, lamentou a falta de participação do poder público e da ausência de comerciantes dispostos a contribuir com patrocínio: "São 16 equipes e aproximadamente 320 atletas inscritos, que atraem 300 pessoas por jogo e cerca de 2 mil no dia da final. É de se lamentar a ausência do poder municipal e de patrocinadores, pois são grandes os custos com arbitragem profissional, material esportivo de qualidade e também premiação", enfatizou.
João Carneiro e Ebinho Margarida, atual e ex presidentes do Grêmio Azul, respectivamente, disseram que a base da equipe vice-campeã foi montada no campeonato municipal de 2010 e é formada por atletas do bairro, que jogam por pura diversão e muita força de vontade. Segundo eles, as dificuldades de se manter um time amador em Ribeirão das Neves são enormes, pois os custos são todos arcados pela diretoria do clube. Eles ressaltaram ainda que a mentalidade política atrapalha o esporte nevense, e apontaram a ajuda governamental como forma de incentivar o esporte amador: "Fomos obrigados a cobrar apenas R$10,00 pelo uso do campo e não podemos investir sequer na melhora do alambrado. Temos que reverter toda a arrecadação, que é pouca, no pagamento da luz dos refletores e prestar contas de cada centavo", reclamou Ebinho.
Valdeir Cruz, técnico do Cooperalta, disse que seu time foi formado com dois meses de antecedência e elogiou o torneio: "A competição é bem organizada e o nível técnico é excelente", disse.
O aposentado José Bispo dos Santos disse que sempre acompanhou todos os jogos, mas que nesta edição ele presenciou apenas a final: "A Copa é muito boa, há uma ótima interação da comunidade. Já é bastante conhecida, espero que não acabe", comentou.