É de conhecimento da população de Ribeirão das Neves que determinados bairros deste município estão marginalizados. Fato este que ocorre, devido, entre outros fatores, da ineficiência do poder público em todas as suas instâncias. O aumento da violência, em todas as suas vertentes, decorre da ausência de políticas públicas eficientes, em que a população possa efetivamente ser beneficiada, pelas atribuições que compete ao Estado. Tais atribuições, que versam sobre o bem-estar da população, enquanto parte indivisível da nação, é subjugada ao bel prazer daqueles que se julgam(aram) capazes para exercer as funções de administração, de legislação, execução e jurisdição no poder público.
Outros fatores estão relacionados à população, que por sua vez, deve como cidadãos, com direitos e deveres, colaborar. Pobreza não deve ser jamais motivo para o exercício da criminalidade ou qualquer outro tipo de violência. É comum se ver nos noticiários, depoimentos de indivíduos que sofreram a pena privativa de liberdade, por terem cometido crimes como roubo, latrocínio, tráfico de drogas, entre outros, dizerem que a razão pelo delito era a busca por ganhar dinheiro e ficar rico. A discussão desse pensamento está no dia a dia e na conduta da própria comunidade. Tem uma parcela muito pequena, se comparado a maioria, que pratica a violência gratuita na periferia e a maioria esmagadora de pessoas de bem que vivem corretamente, trabalham, estudam, exercem sua religiosidade, se divertem. Logo, a diferença de classes sociais não pode ser tomada como fator determinante da marginalização de determinadas áreas do município pela violência. A questão é: onde está a intervenção do poder público? E as políticas públicas? Saúde, educação, transporte público de qualidade, saneamento básico, lazer, ações capazes de proporcionar qualidade de vida a população.
A questão ambiental no bairro Rosaneves chegou ao ápice de intolerância pela população. O bairro foi um dos beneficiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), projeto de execução do governo federal, que por sinal é um bom começo, mas que trouxeram indagações pertinentes para a população. Praticamente todas as ruas do bairro foram calçadas, mas parte da Avenida Madressilva, onde o tráfego de veículos é intenso não foi calçada, ou asfaltada. Por quê? Em conversa com populares, alguns diziam ter ouvido falar que a Avenida seria a última a ser pavimentada devido à intensidade do fluxo de veículos para não atrasar a obra e não danificar os trabalhos. Outros já chegaram a dizer que ouviram comentários de que o dinheiro para a finalização da obra havia acabado. Houve até aqueles que chegaram a inferir sobre as próximas eleições municipais e que provavelmente a finalização da obra poderia ser usada como promessa de campanha política.
O fato é que no bairro Rosaneves a questão ambiental sempre esteve caótica assim como em outros bairros do município. A Coleta de lixo irregular é somente um dos problemas. Durante o tráfego de veículos na Avenida Madressilva a poeira que sobe devido à velocidade alta dos carros e ônibus invade as casas e provoca uma serie de males, sobretudo, em crianças e idosos, além da sujeira nas moradias.
Cabe ao poder publico apresentar respostas a população do bairro Rosaneves sobre as obras inacabadas. Sendo uma obra do governo federal, imagina – se que tenha sido feito um estudo, sobretudo econômico de viabilidade do projeto. Sendo assim, a população imagina que o dinheiro foi destinado. E as perguntas que muitos já arriscam responder: porque as obras ainda não terminaram? Se a população começa a especular o destino da verba pública, onde está então o dinheiro? São perguntas que não saem do imaginário da população. O fato é que o problema existe. Resta saber, quando será solucionado.