Fotos: Arquivo Pessoal
"Me sinto nos melhores anos da minha carreira". É assim que a jogadora de vôlei Amanda Menezes, do USC Münster, da Alemanha, define sua situação nas quadras europeias depois de passar por uma gravidez e voltar às quadras com ajuda do marido e treinador André Sá.
Ano passado, a levantadora nevense de 32 anos fez uma boa temporada na Noruega, alcançando as quartas de final da Challenge Cup, uma das principais competições europeias. "Foi quando abri portas para ligas mais fortes, como da Alemanha", afirmou. A atleta, por sinal, não poupa elogios à estrutura encontrada naquele país. "A liga alemã é 100% profissional, meu clube atual luta pelos três primeiros lugares no campeonato e tenho muita ambição de crescer mais nos próximos anos", relatou.
Seus primeiros passos no voleibol foram dados no Mackenzie, um clube de grande tradição em Belo Horizonte, que revela grandes jogadoras. Na geração de Amanda, surgiu também a atacante Sheilla, uma das estrelas do vôlei mundial, que está na Turquia. "Foram 7 anos da minha formação no clube, Delicélio e Jamison são duas pessoas a quem devo muito", lembrou.
Aos 18 anos, Amanda mudou-se para São Paulo, onde jogou por duas temporadas e, em seguida, começou sua aventura europeia. "Joguei 7 anos em Portugal, 1 ano na Espanha, 3 anos na Noruega e agora na Alemanha. São 12 anos fora do Brasil e 20 anos de carreira", revelou.
No entanto, nem tudo são flores. Um dos momentos mais difíceis, segundo ela, foi sair de casa aos 18 anos e ter que viver longe da família. "É aí que começam as provas na vida de um atleta, suportar a distância, ter a cabeça boa para lidar com as coisas novas. No mundo do esporte, nem sempre é saudável e exemplo para os mais novos e inexperientes", admitiu.
A levantadora, contudo, acredita que o sacrifício vale a pena e dá conselhos para quem quer investir na carreira esportiva. "Meu conselhos aos mais novos é que sejam disciplinados e mantenham o foco no que realmente é importante, a vida de um atleta não é uma 'vida normal', tenham uma alimentação saudável, descansem, pois esporte não combina com álcool, baladas e drogas", afirmou.
Amanda também fez questão de deixar uma palavra incentivo aos iniciantes e citou o técnico da Seleção Brasileira. "Treinem todos os dias para serem melhores que ontem, trabalhem para superar seus próprios limites e nunca se esqueçam que a preparação é a chave do sucesso. Uma frase do Bernardinho que tenho sempre comigo é 'a vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer'", disse.
Apesar de citar o treinador, Amanda nunca atuou pela Seleção Brasileira e reconhece a dificuldade em ser convocada. Além da qualidade das atletas, os anos fora do Brasil tiraram sua esperança de vestir a amarelinha. Apesar disso, ela não se fecha à ideia de participar de um selecionado. "Há alguns anos adquiri nacionalidade portuguesa, quem sabe?!", finalizou.