A atividade foi viabilizada por um Termo de Cooperação Técnica (TCT) assinado, nesta quinta-feira (13), pelo secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, pelo superintendente federal do Ministério da Pesca e Aquicultura, Wagner Benevides, e pelo diretor da Escola de Veterinária da UFMG, José Aurélio Garcia Bergmann.
A criação de tilápias já acontece na Dutra Ladeira, como projeto piloto, desde julho deste ano, quando 1500 alevinos - filhotes de peixes logo após o nascimento - foram colocados no açude da unidade. Na semana passada, outra remessa com a mesma quantidade de peixes foi depositada no local.
Dênis Ferreira Sinfrônio, de 30 anos, é um dos presos que foi selecionado pela Comissão Técnica de Classificação para participar do curso de piscicultura, que foi ministrado pelo professor da UFMG, Edgar de Alencar. Ele conta que aprendeu como tratar os peixes, qual ração utilizar em cada fase da vida dos animais e como fazer a higienização do local. “São coisas que eu não fazia nem ideia. Tive bom comportamento, apareceu a oportunidade e eu abracei”, conta.
Pelo trabalho, os presos recebem remissão da pena em um dia a cada três trabalhados. A partir da assinatura do TCT, que tem vigência de três anos, ocorrerão outras capacitações e haverá acompanhamento mensal das atividades por alunos do curso de veterinária, orientados pelo professor. “A Universidade está aqui fazendo algo que também é de sua competência, que é a extensão, o treinamento a um setor da nossa sociedade que é tão carente disso. As parcerias da UFMG com a Seds e o Ministério da Pesca tendem a se fortalecer”, disse o diretor da Escola de Veterinária.
Doação
Quando os peixes estiverem adultos, pesando entre 800gr e 1,2kg, eles serão doados a instituições indicadas pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea/MG), órgão colegiado de interação do Governo do Estado com a sociedade civil, que tem o objetivo de propor e monitorar políticas de segurança alimentar e nutricional sustentável no Estado. “Achei uma ótima ideia. Eu fico contente em saber que estou cuidando de peixes que vão ser doados a alguém que precisa”, disse Dênis Sinfrônio. Em média, os peixes demoram cerca de seis meses para chegar a esse peso.
A ideia é que outras unidades que têm açude - por exemplo, a Penitenciária José Maria Alkmin e o Presídio Feminino José Abranches Gonçalves - também recebam alevinos e, assim, outras instituições possam ser beneficiadas.
Agência Minas