Uma reportagem veículada no jornal Estado de Minas no último domingo (24), traçou a formação das características da economia de Ribeirão das Neves no fim do século passado e apontou os novos pilares sobre os quais esta está se desenvolvendo.
De acordo com a matéria, o município, antes definido como altamente dependente das cidades vizinhas, especialmente a capital Belo Horizonte, e caracterizado por ser uma cidade-dormitório, vem aos poucos conquistando novos investimentos na construção civil e obras de infraestrutura.
Veja abaixo o trecho em que a matéria faz uma análise da situação do nosso município.
Municípios que eram conhecidos como dormitórios, na Grande BH, começam a virar o jogo
Paula Takahashi
Nem indústria, nem investimentos. Algumas cidades de médio porte no entorno de Belo Horizonte, como Ribeirão das Neves, cresceram puxadas pelo desenvolvimento das vizinhas. Durante toda a última década foram reconhecidas por abrigar trabalhadores que passavam a maior parte do dia nos municípios próximos, voltando apenas para pernoitar. A principal justificativa para adquirirem essa característica está no fácil acesso aos grandes centros industriais do entorno e os preços mais acessíveis, tanto de habitação quanto do custo de vida.
Apesar de terem carregado por anos esse estigma, essas cidades passaram a se beneficiar do esgotamento de espaço para novos investimentos, especialmente em Belo Horizonte. Com localização estratégica, à margem de rodovias de fácil escoamento de produção, Ribeirão das Neves começa a virar a mesa
De canteiro de obras a polo de investimento
A facilidade de aprovação de loteamentos no início da última década, inclusive sem qualquer necessidade de infraestrutura como rede de esgoto e suprimento de água, foi um dos fatores que facilitaram a instalação de novos moradores em Ribeirão das Neves. Ao contrário das vizinhas, especialmente da capital, que apresentavam cada vez mais restrições de terrenos tanto na quantidade quanto no preço, a cidade não enfrentava a mesma realidade. “Por isso, se tornou dormitório”, define o prefeito, Walace Ventura Andrade.
O resultado foi uma expansão desordenada da população. A geração de postos de trabalho em Neves durante toda a década foi impulsionada pelos setores de serviços e comércio, com 4.096 e 2.252 vagas, respectivamente.
Em 2010 o cenário começou a mudar e a construção civil liderou a criação de empregos. “Desde 2007 temos realizado muitas obras de infraestrutura, o que tem atraído mão de obra para a cidade”, acrescenta o prefeito. “Algumas empresas que prestam serviço para a Fiat estão aqui e no fim deste ano devem ser implantadas unidades da Sadia e Nestlé na cidade”, prevê Walace.