A vitória de Junynho Martins nas urnas neste domingo causou reações diferentes em seus adversários nesta segunda-feira (3). A reportagem conversou com o cantor e empresário Antônio Carlos (PPS), a prefeita Daniela Corrêa (PT) e Irani Barbosa (PMDB) para saber da impressão de cada um sobre a vontade popular.
Antônio Carlos
Sentindo os reflexos de uma eleição cansativa, Antônio Carlos afirmou que Junynho se juntou a pessoas que conhecem bem a política, citando os ex-prefeitos Walace Ventura e Ailton de Oliveira e a ex-deputada Gláucia Brandão e avaliou que seu partido não tinha musculatura necessária para enfrentá-lo, reconhecendo erros. "Meu partido era pequeno, com pessoas inexperientes em uma eleição. Não vejo como derrota, vejo como incentivo, tive quase 40 mil votos. Para quem nunca foi nem vereador está bom, várias pessoas abraçaram minha causa da honestidade", disse.
O cantor ainda profetizou que o concorrente eleito vai passar por dificuldades já vistas no município. "Projeto todo mundo tem, mas na hora de fazer, não faz. Daqui uns dias vai estar todo mundo pulando fora dizendo que não fez nada errado, que não tem nada a ver com isso e aquilo. A cidade vai continuar com esgoto a céu aberto e com hospital faltando tudo. Agora como (Junynho) vai administrar? Digo para vocês: o lixão está formado", avaliou.
Apesar das críticas, Antônio Carlos reconheceu a vitória do oponente e rechaçou qualquer tipo de sabotagem no episódio do incêndio no ônibus. "Eu tenho que ser honesto, desejar parabéns para o Junynho, não vou ser oposição, eu tenho que torcer pela minha cidade, pois se eu ganho todos nós iriamos ganhar para ajudar a cidade. Eu continuo morando na cidade, amo essa cidade. Não botei fogo no ônibus, inventaram isso, não sou macumbeiro. Falo e escrevo errado, mas tenho um coração bom. Sonho um dia em ver essa cidade um pouco mais honesta", finalizou.
Daniela Corrêa
A prefeita afirmou que trabalhava com a condição de vitória e apostava nos projeto desenvolvido na cidade."Com a condição de ser ficha limpa e ter trabalhado vários projetos importantes, acreditei que a população teria essa reflexão. Ainda vou finalizar minha gestão, terminar os R$ 10 milhões de pavimentação, tive muita dificuldade na minha transição e não quero deixar isso para o meu sucessor", afirmou.
Daniela ainda encarou o desgaste como natural, mas falou em voltar às bases de sua formação políticia. "Nós vamos trabalhar com a realidade para finalizar nosso mandato e fazer nossa prestação de contas. Para 1º de janeiro já tenho projeto de me manter na representatividade do município, pois temos um grupo que pensa diferente dos demais grupos da cidade. Pretendo trabalhar junto aos movimentos sociais e sindicais, que são minha origem, e continuar honrando a cidade mesmo sem ser prefeita", sentenciou.
A petista também afirmou que vai continuar na vida pública, independentemente de uma candidatura futura. "Tenho 38 anos, ainda tenho muitas disputas eleitorais pela frente, certamente na luta pelo social, que é o que meu campo político acredita. É uma derrota eleitoral, não me considero derrotada politicamente e vou me manter ao lado de lideranças importantes no estado", finalizou.
A prefeita também reforçou que tentou falar com o prefeito eleito pelo telefone, mas não obteve sucesso.
Irani Barbosa
Econômico nas palavras, o ex-deputado reafirmou o que disse durante a semana e criticou lideranças religiosas que usam a palavra sagrada para conquistar eleitores e criticou o grupo que assume a prefeitura a partir de janeiro de 2017. "A cidade vai escolher o sofrimento dela ou o meu eu já tinha dito isto na quinta-feira. Com tanto pastor que vende Jesus por quilo, Neves está se transformando na cidade de Deus, vide o Rio (de Janeiro), onde pastor toma conta de 10% de um lado e os bandidos tomam tudo do outro. É a vontade de Deus, lixão, mais penitenciárias, blitz, falta de médicos e remédios e o tráfico comandando a cidade", cravou.