A reunião desta segunda-feira (14) na Câmara Municipal foi bastante movimentada. Os garis e os motoristas que prestam serviços para a Prefeitura lotaram o plenário para pedir ajuda aos vereadores na tentativa de solucionar o problema dos salários atrasados.
Representando a Prefeitura, estiveram presentes o Secretário de Finanças, Sirlei Resende, e o Procurador Geral do Município, Cláudio Figueiredo. O Secretário de Obras, Leonardo Ermídio, também foi convocado e não compareceu, o que deixou alguns vereadores irritados.
Novamente, a alegação da Prefeitura foi que a situação financeira do município está comprometida devido à queda de arrecadação, conseqüência da crise na economia do país. O secretário Sirlei Resende reafirmou que estão acontecendo atrasos de salários, nos repasses do INSS e no pagamento de contratos.
Alguns representantes de cooperativas ligadas ao setor do transporte afirmaram que estão há meses sem receber da administração municipal, tendo que arcar com combustíveis e impostos, por exemplo, ficando com as finanças comprometidas. As cifras, segundo eles, chegam na casa dos milhões em alguns casos.
O líder dos trabalhadores da limpeza urbana afirmou que os salários do mês anterior ainda não foram pagos e a empresa responsável afirma que a Prefeitura não está honrando os contratos, o que levou a categoria a cruzar os braços na última sexta-feira (11).
Vereadores cogitam CPI
Os parlamentares não pouparam críticas à administração da prefeita Daniela Corrêa (PT) e o presidente Juarez Carvalho (PSB) levantou a hipótese de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o executivo. A falta de consenso sobre o foco da investigação, no entanto, impediu a apresentação de um requerimento.
Alguns vereadores elevaram o tom pra cima do executivo e foram mais contundentes. Vitório Junior (PT), por exemplo, afirmou que o governo é incompetente e sugeriu um corte drástico no que chamou de cabide de empregos. Léo de Areias (PDT) ironizou as promessas de campanha da prefeita e questionou os colegas se a Câmara não tomaria nenhuma medida contra a administração municipal.
Fabiano Diniz (SD) afirmou que o executivo tentou desmobilizar os garis e a Câmara os acolheu para tentar equacionar o pagamento dos salários, enquanto Vanderlei Delei (PROS) cobrou uma solução para pagamento dos trabalhadores e afirmou que o governo atual é "anos-luz pior que o anterior".
Depois dos pronunciamentos, o presidente Carvalho formou uma comissão para acompanhar as negociações junto ao executivo, formada pelos vereadores Fabiano Diniz, Léo de Areias, Rômulo Fernandes (PMN), Vanderlei Delei e Vitório Junior. Os suplentes desta comissão serão Bruno Reges (PT), Irineu Resende (PSDB) e Valter Bento (PCdoB).