A ação que condenou o ex-prefeito Ailton de Oliveira foi uma das maiores e mais polemicas da cidade. O juiz Wanderson de Souza foi convencido de que o político usou o cargo de administrador do município para ficar milionário. Segundo o juiz, houve uma perícia decorrente de uma quebra de sigilo fiscal e bancário decretada em 2000. A partir dessas provas ficou constatada a incompatibilidade do patrimônio adquirido após o exercício do cargo público.
Antes de assumir a prefeitura, Ailton declarou à justiça ter patrimônio avaliado R$ 76.000,00. Após deixar o cargo, o montante subiu para cerca de R$ 21 milhões através de depósitos efetuados em duas contas, normalmente em dinheiro. O valor, que corresponde a 6% do orçamento da cidade, seria suficiente para asfaltar dois bairros, adquirir 104 leitos hospitalares ou construir 78 escolas municipais.
Com a condenação, o ex-prefeito e outros três réus, apontados como laranjas, terão de devolver cada centavo retirado indevidamente dos cofres públicos, segundo a justiça.
O advogado de defesa informou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal pedindo a anulação do processo, pois, segundo ele, a ação é inconstitucional.