Ribeirão das Neves é uma das cidades impactadas com a obra
Obra de 70 km promete desafogar o trânsito do Anel Rodoviário e prevê ligação oito cidades da Região Metropolitana. Contagem segue contrária ao traçado, enquanto Betim vê avanços nas negociações
O Governo de Minas Gerais publicou, no Diário Oficial desta terça-feira (26), o decreto que declara o Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte como "empreendimento estratégico".
Com isso, os processos de licenciamento ambiental da obra passam a ter prioridade na análise da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e de todos os órgãos do Executivo estadual responsáveis por emitir autorizações e documentos necessários.
Na prática, o decreto prevê que solicitações relacionadas ao licenciamento ambiental do Rodoanel — incluindo elaboração de projetos, construção, operação e manutenção — terão tramitação especial e mais rápida. A medida já está em vigor a partir da data da publicação.
O Rodoanel terá cerca de 70 quilômetros de extensão, divididos em quatro alças (Norte, Oeste, Sudoeste e Sul), conectando oito municípios da Região Metropolitana: Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem e Betim.
O traçado é alvo de críticas por ambientalistas e parte dos gestores municipais, que alegam impactos em áreas de preservação e impasses relativos a desapropriações.
Histórico
O projeto, que pretende aliviar o trânsito no Anel Rodoviário, vai custar R$ 4,5 bilhões.
A Vale irá bancar R$ 3,07 bilhões deste montante, como prevê o acordo bilionário fechado com o governo de Minas Gerais para reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O restante será custeado pelo pedágio que será cobrado pela empresa que terá a concessão da estrada, que será de 30 anos. Trata-se de uma empresa italiana, que arrematou o leilão para construção da via em agosto de 2022.
Cerca de 200 famílias de Betim e Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, serão retiradas de suas casas para a realização das obras do Rodoanel. A desapropriação deve custar R$ 1,2 bilhão.
Com informações do G1