A Polícia Civil indiciou um homem de 22 anos suspeito de ter matado a namorada grávida a facadas no dia 28 de abril, no bairro Jardim Colonial, em Ribeirão das Neves. As informações foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (14), durante entrevista coletiva.

De acordo com a PC, o casal teve uma briga motivada pelo excesso de ciúmes do suspeito na casa da mãe da vítima. No momento do crime, a adolescente de 15 anos estava com a filha de 1 ano e 4 meses no colo.

Durante a discussão, a mulher se trancou no banheiro com a filha pequena. O suspeito teria ido à cozinha pegar uma faca e logo em seguida, depois de vários chutes, conseguiu abrir a porta. Quando a adolescente saiu, ele a esfaqueou diversas vezes.

"Foram tantas perfurações pelo corpo, que o médico legista não conseguiu contabilizar", contou o delegado de Homicídios de Ribeirão das Neves, Fábio Werneck.

A Polícia Militar foi acionada e, horas depois, o homem foi preso em flagrante, na casa de parentes. A faca usada no crime foi apreendida.

O suspeito foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira. Ele foi indiciado pelo homicídio com qualificadora do feminicídio, motivo torpe, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e tem duas circunstâncias de aumento de pena: ter praticado o crime com a vítima grávida e na presença com a filha deles no colo.

De acordo com a polícia, além do feminicídio, o homem ainda poderá responder por estupro de vulnerável, já que a namorada engravidou aos 13 anos. A investigação a respeito deste crime segue em andamento na Delegacia da Mulher de Ribeirão das Neves.

Há dois meses a Delegacia de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (DEAM) de Ribeirão das Neves está sem uma delegada titular. A situação foi denunciada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ribeirão das Neves (CMDM/RN).

Na tentativa de reverter a situação, o Conselho encaminhou uma solicitação para o Secretário de Segurança do Estado e para a Superintendência da Polícia Civil e para a Delegacia Regional da PCMG.

A presidente do órgão, Marcela Menezes, chama a atenção para a gravidade da situação. “Os índices de violência contra a mulher na cidade são altos há muito tempo. A DEAM, além de tudo, já apresenta efetivo insuficiente para a demanda da cidade; nesse momento, sem delegada, a situação está muito pior”, afirma.

O Conselho e a Rede Municipal de Enfretamento à Violência contra a mulher publicaram uma carta de denúncia e de solicitação, expondo a situação e exigindo uma nova Delegada Titular para a Delegacia da Mulher da cidade. O Conselho pede uma participação popular para pressionar os órgãos institucionais a regularizar a situação.

Até o momento, a Polícia Civil não se manifestou sobre o caso.