A contrariedade à emenda modificativa nº 021-c/2020, apresentada ao Projeto de Lei Complementar 008/2019 que institui o Plano Diretor de Ribeirão das Neves, cujo objetivo é alterar o zoneamento na região da Lajinha, ganhou um adepto de peso nesta semana. O Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que busca a revitalização da bacia do Rio das Velhas, posicionou-se contra a exploração do entorno da Área de Proteção Ambiental (APA).
A emenda foi proposta durante audiência pública no mês de fevereiro e aprovada junto ao texto final do PL. No entanto, o prefeito Junynho Martins (DEM) vetou a emenda. A apreciação dos vetos do Executivo ao Plano Diretor deve acontecer na próxima terça-feira (19) na Câmara Municipal.
Eu defesa da Lajinha, o Projeto Manuelzão afirmou que faltou ampla discussão sobre a proposta e que vários moradores se mostram contra a intervenção no local. "Sem ser discutida pela sociedade civil, a emenda modificativa foi proposta em uma única audiência pública, última realizada este ano", destacou. "Nós, moradoras e moradores da cidade de Ribeirão das Neves, vimos a público nos dizermos favoráveis, NÃO implementação da zona de Densidade, mas, SIM, a PRESERVAÇÃO dessa área, pois lá se encontra a LAJINHA, que só continua ali, diante de muita luta daqueles que valorizam o meio ambiente”.
Por fim, o Manuelzão se colocou junto na luta pela preservação da Lajinha. "O Projeto Manuelzão endossa a posição dos moradores e também solicita à vereadora e aos vereadores, que votem favoráveis ao veto do prefeito em relação a emenda 021c/2020".
Contraponto
Por meio de nota, os proprietários do terreno trataram a informação de que a cachoeira da Lajinha pode virar área residencial como fake news. De acordo com os empreendedores, a região da Lajinha, que engloba apenas parte do terreno, terá a possibilidade de construção de um parque ecológico, caso a emenda seja aprovada.
Luís Paulo Bambirra Silveira e Caio Silveira Leite Guimarães, que assinam a nota, ressaltaram também que possuem experiência na criação de equipamentos urbanos e comunitários e que veem movimentos empenhados em disseminar notícias inverídicas motivadas por interesses pessoais e eleitorais.
Quem também manifestou apoio à aprovação da emenda foi Fernanda Barbosa, representante do Coletivo Cachorro do Mato, que atua com ações de preservação ambiental há mais de 20 anos, e moradora da região. Segundo ela, o local hoje vem sendo utilizado como ponto de descarte de lixo e já foram encontrados veículos abandonados e até corpos de pessoas mortas. "A prefeitura de Ribeirão das Neves não tem nenhuma ação efetiva para proteger aquela área. Além de acabar com o desmatamento, com a mudança acredito que a região tem muito a ganhar", afirmou Fernanda.
Veja, na íntegra, a nota dos proprietários do terreno:
Trata-se de FAKE NEWS na medida em que NÃO É VERDADE que a região da LAJINHA poderá virar área residencial.
A região da Lajinha que contempla apenas parte do terreno e, se aprovada a proposta de emenda, SERÁ PRESERVADA NA SUA INTEGRALIDADE, com a possibilidade da construção de um parque ecológico.
A proposta, que não altera nenhuma norma ambiental, foi votada e aprovada por unanimidade durante a audiência pública com membros da sociedade civil, moradores e grupos ambientais da região. E o compromisso da preservação da área da Lajinha se deu através da subemenda aditiva 008, parte integrante da emenda 21-C, e foi assinada vereadores Messias Moises Verissimo, Weberson Eduardo da Silva, Ramon Raimundo Romagnolli Costa, Dário Goncalves de Oliveira, Marcelo de Jesus Martins, Neuza Mendes Silva, Fabio Luiz Nogueira Cabaleiro e Leandro Alves Rocha.
Conforme disse um dos moradores que nos procuraram, manifestando o sentimento de todos conhecem bem a região: “O local hoje vem sendo utilizado como ponto de descarte de lixo e já foram encontrados veículos abandonados e até corpos de pessoas mortas” enquanto a prefeitura de Ribeirão das Neves não tem nenhuma ação efetiva para proteger esta área.
Com a construção do parque tudo isso tende a acabar.
Fomos responsáveis pelo desenvolvimento da cidade de Belo Horizonte, em especial de áreas do vetor nordeste (bairros Cidade Nova, Silveira, Bairro da Graça, Nova Floresta, Sagrada Família, Palmares, etc), através da atuação sustentável, foram possíveis criar vários equipamentos urbanos e comunitários de benefícios amplos para a sociedade local, tais como: áreas como o parque Renato Azeredo, Parque Ecológico Cultural Marcus Mazzoni, Parque Orlando de Carvalho Silveira, Colégio Ana de Carvalho Silveira, Colégio Madre Paulina, Igreja São Judas Tadeu, Igreja Santa Luzia, etc.
Com a devida vênia, a nosso ver alguns movimentos estão empenhados em disseminar informações e notícias falsas motivadas por interesses pessoais eleitoreiros e com objetivos escusos de aproveitar da área de preservação para fazer uma ocupação irregular. Ocupação irregular essa que, inclusive, já foi alvo de ação do Ministério Público que retirou os ocupantes da Lajinha em 2014.