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Marcos Antonio Silva

Na condição de educador, é minha responsabilidade abordar temas delicados e que frequentemente geram paixões e animosidades. Entre esses temas, a questão religiosa se destaca, muitas vezes ignorada devido a uma convenção expressa no ditado popular: “Futebol, política e religião não se discutem." Essa máxima é repetida como um mantra por diferentes atores, tanto dentro quanto fora do ambiente escolar. Ao adotar essa postura, esses atores estão indo contra as orientações presentes em nossos currículos, que, em sua essência, promovem a criação de processos pedagógicos que estimulem o respeito e a valorização da diversidade étnico-racial, de gênero, cultural e religiosa.
Na sala de aula, uma conclusão à qual estudantes e eu chegamos sobre essa afirmação é que, no Brasil - um país de rica diversidade cultural, onde o futebol desempenha um papel fundamental na coesão social, a religião faz parte do cotidiano das famílias e a política é uma parte essencial da formação de todos nós como seres humanos e membros da sociedade - se não discutirmos política, religião e futebol, sobre o que falaremos? De alguma forma, todos os aspectos de nossas vidas cotidianas estão relacionados a uma dessas dimensões.
Do ponto de vista sociológico, essa afirmação está alinhada com o que Sérgio Buarque de Holanda classificou como "homus cordialis" e reflete a tendência da sociedade brasileira de evitar debates respeitosos sobre questões complexas. Em outras palavras, sugere que os brasileiros são pouco preparados para o diálogo e preferem evitar tópicos que possam acirrar os ânimos e levar à violência. Como resultado, essas discussões são empurradas para espaços informais, onde são frequentemente conduzidas de maneira acusatória, promovendo a intolerância e a desumanização do outro, resultando em bolhas de extremismo e polarização. Além disso, essa afirmação demonstra a relutância da sociedade em reconhecer e valorizar a diversidade, o que é problemático em um país marcado por diversas culturas, mas que, devido à sua história, tende a negar essas diferenças, deixando os brasileiros com uma autoimagem negativa em comparação com a "pureza" dos norte-americanos e europeus.

No que diz respeito à religião, essa situação lamentável cria um ambiente em que a crença ou a falta de crença de uma pessoa pode resultar em humilhação, perseguição e até violência física, com agravamento devido às profundas mudanças ocorridas no Brasil nas últimas décadas. De acordo com dados do IBGE, em menos de três décadas, o Brasil deixou de ser predominantemente católico para se tornar um país plural, com um aumento significativo de seguidores do espiritismo, candomblé, umbanda, ateísmo, agnosticismo e, especialmente, evangélicos. Este último grupo é diversificado, com várias denominações que têm rituais, doutrinas, teologias e visões de mundo distintas, muitas vezes levando a tensões, rivalidades e casos de intolerância religiosa entre elas, em meio a um mercado religioso cada vez mais competitivo.

A presença de várias denominações evangélicas em um mesmo bairro e, às vezes, na mesma rua, é uma característica marcante nas grandes cidades, especialmente nas periferias, como Ribeirão das Neves. Este município, no censo de 2010, já tinha a segunda maior proporção de evangélicos (35,9%) entre os 853 municípios de Minas Gerais e provavelmente, em 2023, já superou o número de católicos, tornando-se predominantemente evangélico. Essa expansão é explicada, em parte, pela falta de presença do Estado em áreas como cultura, lazer, esporte, assistência social e empregabilidade. Na periferia, essas igrejas não são apenas locais de culto, mas também funcionam como centros culturais onde os jovens podem aprender a tocar instrumentos musicais, participar de grupos de teatro, dança e outras atividades. Além disso, nas áreas de assistência social, saúde, educação e segurança pública, as lideranças religiosas locais tentam suprir as lacunas deixadas pelo Estado. Portanto, para as comunidades da periferia, as igrejas desempenham um papel muito mais amplo do que simplesmente um espaço de fé.
Dada essa importância, é fundamental compreender e dialogar com essa parcela da população, indo além do estereótipo criado pela exposição excessiva dos chamados "Coronéis da fé" na mídia, que muitas vezes usam a fé para promover fanatismos e preconceitos, propagando discursos de ódio contra outras religiões e minorias. É importante reconhecer que o grupo dos evangélicos no Brasil é diversificado, e na maioria dos casos, suas igrejas são frequentadas por pessoas que desejam simplesmente exercer sua fé e seguir os ensinamentos de Jesus, que enfatizam o amor ao próximo, sem instrumentalizações políticas e ações oportunistas de falsos profetas da fé. Por fim, em resposta à pergunta que dá título a este artigo, após um debate respeitoso em sala de aula, meus alunos e eu chegamos à conclusão de que, na verdade, não se trata de discutir religião, mas sim de respeitá-las, todas elas, pois o respeito é uma via de mão dupla. É inútil exigir respeito pela minha fé ou falta de fé enquanto desrespeitamos a fé ou falta de fé do outro.

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Há muito tenho estudado, junto a alguns grupos em Ribeirão das Neves, a questão da relação dos moradores com a cidade. Nosso intuito é dar visibilidade a representações positivas da cidade, que fujam dos estereótipos pelos quais a grande mídia nos apresenta, mas sem esconder e enfrentar os reais problemas por nós vivenciados no Município. Em nossas discussões concluímos que aumentar o sentido de pertencimento de nossa população frente o local onde mora se mostra como algo fundamental para que tenhamos uma cidade melhor, pois é impossível fazer frente as dificuldades apresentadas por Ribeirão das Neves sem ter uma população formada por pessoas que se sintam pertencentes e que queiram transformar essa localidade em um lugar melhor.

Nesse processo reflexivo crescemos muito em nossa compreensão e nos libertamos de complexos que roubavam a nossa essência e não permitia que nos enxergássemos como singulares, fortes, resistentes, talentosos, honestos, humanos entre outras inúmeras qualidades que tive o privilégio de perceber nesses 35 anos de convivência com as pessoas dessa cidade. Gosto de brincar que Neves é o Brasil em miniatura, pois o processo de negação da identidade frente á cidade por parte de seus moradores, também é observado, em uma escala maior, em parte significativa do povo brasileiro. Devido nosso processo de colonização, que teve início com os portugueses e não se engane continua até hoje, o qual utiliza como principal arma a desconstrução da estima de nosso povo e tem como seus maiores beneficiados uma microelite econômica local - aqueles 1% que concentra mais da metade das riquezas do Brasil - aliada a interesses internacionais. Esse processo de colonização nos transformou em o que o escritor Nelson Rodrigues chamou de portadores de uma síndrome de vira-lata. Assim, por nos acharmos naturalmente inferiores, atrasados, menos inteligentes, indecentes e menos honestos que os demais povos do mundo, detalhe na maioria dos casos sem nunca ter visitado outro país, aceitamos viver em uma realidade que nos culpa pelas próprias mazelas as quais somos submetidos, pois a partir dessa visão merecemos pagar uma das maiores taxas de juros do mundo e bancarmos um sistema tributário onde pobres pagam mais impostos que os ricos – inclusive os pobres coitados integrantes da classe média que se acham ricos - e ao mesmo tempo não termos uma educação pública gratuita e de qualidade, um sistema de saúde que funcione, um transporte público descente, um trabalho digno entre outros direitos mínimos que garantem a dignidade humana. O fato mais revoltante, tudo isso ocorre dentro de um país riquíssimo, pois pra quem não sabe somos a 8° maior economia do mundo.     

Voltando à identidade nevense, um movimento que chama a atenção e permite que eu apresente as conclusões tecidas acimas é o fato de que por inúmeras vezes em eventos sociais fora da cidade ao encontrar amigos de infância, familiares e pessoas conhecidas nascidas e criadas em Neves, inclusive entendidas como “bem sucedidas acadêmica e economicamente”, quando toco em questões ligadas as nossas vivências na cidade, esses desconversam com medo de serem reconhecidos por pessoas de seu atual convívio como moradores e ex-moradores de Ribeirão das Neves, assim aceitando e confirmando estereótipos que injustamente nos são atribuídos.

Como descrevi acima, entendo o processo de assujeitamento e desconstrução da autoestima a que foram submetidas essas pessoas e as levaram a sentir vergonha de quem realmente são, mas gosto de dizer a elas, em uma tentativa de dar um sacolejo em sua autopercepção, que aprendi a não trair raízes com os grandes. O primeiro desses grandes é nosso poeta maior Carlos Drummond de Andrade, sua poesia rodou o mundo e lhe deu todos os prêmios possíveis. Drummond viveu por vários anos no Rio de Janeiro, mais devido a sua grandeza do que por sua própria escolha, pois quando nos debruçamos sobre o tema mais recorrente de sua escrita encontramos Itabira, cidade mineira não tão central, mas que teve o gigantismo de seu povo e paisagem utilizada como matéria prima para obra de nosso poeta.  Drummond era Itabira e Itabira era ele, o quintal da casa simples que viveu durante sua infância de menino do interior era metáfora para falar do mundo e sensibilizar até os corações mais duros. Outro grande da literatura Brasileira, o também mineiro João Guimarães Rosa é mais um exemplo médico, embaixador do Brasil na Alemanha, falante de vários idiomas e dono de uma inventividade literária que conquistou fãs em todo o planeta escolheu como tema de sua obra as histórias vividas pelas pessoas simples de sua terra natal, Cordisburgo. Para ele o Sertão era o Mundo e Mundo era o Sertão, em sua obra descreveu a grandeza, a inteligência, a sagacidade e a sensibilidade dos sertanejos, os quais eram classificados pela sociedade Brasileira entendida como “culta” como capiais, D’a roça, ingênuo, “sem cultura”, entre outras expressões preconceituosas. A grande ironia de sua obra é mostrar aos desavisados sobre o que é de fato cultura – inclusive os pseudo-intelectuais de plantão que reverenciam sua obra sem entender nada. Rosa nos mostra que na verdade são justamente eles o real  problema do Brasil, pois suas baixa estima, colonizadas e subservientes  até o osso, lhe fazem acreditar que só por viverem em um grande centro, terem acesso a teatro, cinema e a uma educação formal são mais “cultos” que as outras pessoas as quais classificam caridosamente como “humildes” – eufemismo para ignorantes.

No campo da música os exemplos são infinitos. O primeiros é Tom Zé, o homem de Irará, cidade como outras muitas do interior da Bahia, comum, pacata até hoje lar de poucos milhares de habitantes, a qual, se não fosse por seu mais celebre habitante, que a fez tema principal de sua obra descrevendo em suas músicas seus personagens, lugares e curiosidade , talvez não seria por nós conhecida. A tropicália, movimento de ruptura da música brasileira que Tom Zé ajudou a construir, pode ser entendida em parte como movimento do artista mostrando Irará para o mundo.

Para aproximar do universo da periferia temos outros dois nomes que merecem citação. O primeiro Mano Brown, intelectual orgânico, nascido e criado na favela, transformou a exclusão do jovem, negro, abandonado pelo pai e assediado pelo mundo do crime em arte. Descreveu a realidade da periferia paulista como poucos e falando da gente de sua quebrada ajudou a criar um dos braços mais autênticos da Música Popular Brasileira. Por fim, orgulhosamente podemos citar a pequena gigante Tamara Franklin, mulher, preta e nevense. Essa artista tem como matéria prima para o seu trabalho a crítica a todo o peso que tenta nos diminuir e ser menos. Sua obra fala do que nos singulariza como povo e que os outros tentam transformar em estereótipo.  Quando escutei o disco da Tamara, tive a feliz constatação; “essa foi salva do veneno do preconceito de raça , de gênero , de classe e de origem”, ainda mais tenho fé que o seu som pode servir de antídoto para o processo de desconstrução da estima da juventude nevense. Em suas letras, Tamara, assim como Drummond e Guimarães Rosa, mostra que valorizar as raízes é caminho para nos tornarmos grandes, pois nossas vivências na cidade, boas ou ruins, nos faz ser quem somos, ainda mais mostra que tudo que fazemos reflete nossas origens e não reconhecer isso nos faz ser uma imitação, uma fralde e esse alto engano nos apequena, destroem nossa estima e nos torna menos do que poderíamos ser.  

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Afinal de contas, do que estamos falando?

O tema identidade de gênero foi um dos assuntos mais discutidos no ano que se passou. Figuras políticas em busca da adesão de seguimentos mais conservadores da sociedade civil no combate ao que chamaram de “ideologia de gênero” viram aí uma forma de ampliar seu capital político e assim conquistar votos desses seguimentos. O exemplo mais explícito é o deputado Jair Bolsonaro, que tem como sua maior façanha política, em mais de vinte anos de vida pública, o combate ao material formulado pelo Ministério da Educação no ano de 2011 intitulado "Escola Sem Homofobia". Esse material foi chamado pejorativamente pelo deputado e seus aliados de “kit gay”. Contudo, o material tratava de um tema bastante delicado em nossa sociedade, que é a violência física e simbólica sofrida por pessoas que destoam do que chamamos de heteronormatividade e basicamente orientava nossos professores a ensinar seus alunos e alunas a respeitarem as pessoas independente de sua orientação sexual e buscava combater a barbárie ainda comum em nossa sociedade de um individuo, que por não concordar com a orientação sexual do outro, se acha no direito de agredi-lo (física e simbolicamente) e até mesmo matá-lo.

Assim um grande campo de disputa política foi aberto e muitos deputados, vereadores, prefeitos e aspirantes a esses cargos de uma forma extremamente populista, se colocaram obstinadamente a buscar o seu próprio “kit gay” com o intuito de ganhar prestígio frente seu eleitorado e garantir o seu mandato por mais quatro anos. Assim teatros, mídia (TV, rádio, cinema, redes sociais), exposições artísticas e escolas passaram a sofrer constante vigilância desses grupos - o que não seria problema se, de fato, esses estivessem comprometidos com uma sociedade mais justa, com a formação cidadã, não sexista e humana de nossos jovens, com o fim da violência contra a mulher que no Brasil é um escândalo, ou com o combate ao etos machista e violento incorporado por nossos jovens desde sua infância. No entanto, todo o trabalho desse grupo foi combater o que eles chamaram de “Ideologia de Gênero” que segundo a sua leitura rasa sobre o tema afirmam que alguns grupos de intelectuais coligados com o movimento LGBT quer ensinar as nossas criancinhas que mesmo nascendo do sexo masculino eles podem escolher ser mulher, como se isso fosse possível. Tal discurso gerou na sociedade brasileira tamanha comoção que grupos importantes como pastores, padres, pais e demais pessoas que realmente se importam com o futuro de nossos jovens e crianças passaram a ser utilizadas como massa de manobra desses grupos.

Mas afinal de contas o que é gênero e por que é tão importante debatermos esse tema? Ao contrário do que dizem esses “doutos” deputados, a expressão gênero social possui um respaldo científico e nasce dentro dos estudos antropológicos como um contraponto a expressão sexo biológico, que trata das caraterísticas anatômicas que distinguem macho e fêmea entre as diferentes espécies animais. Segundo estes estudos os seres humanos ao longo do tempo e espaço atribuíram papéis sociais distintos a homens e mulheres, assim a categoria homem e mulher, diferente do sexo biológico (macho e fêmea), são construções sociais que mudam com o passar do tempo e estão ligados ao contexto cultural em que os indivíduos estão inseridos. Um exemplo que podemos pensar é que o papel da mulher dentro da sociedade inglesa é bem diferente do papel exercido pelas mulheres em um país como o Afeganistão, pois mesmo que ainda possuam a mesma biologia (características anatômicas) essas mulheres vivenciam em suas respectivas sociedades, existências radicalmente distintas – sendo que a segunda aqui em questão por costume de sua sociedade não pode frequentar a escola , não pode dirigir automóveis e para ser considerada uma mulher honesta deve usar uma burca - vestimenta preta que deixa a vista apenas os olhos de quem as veste.

A questão de gênero também se dedicou ao longo das últimas décadas a pesquisar a condição de pessoas que possuem uma identidade de gênero que não coincide com a sua biologia, ou seja, pessoas que mesmo tendo uma anatomia que lhe vincula a um sexo biológico (macho ou fêmea) se identificam, desde sua primeira infância, com os papéis sociais atribuídos ao sexo oposto – os transexuais. Cabe lembrar que a existência de indivíduos que apresentam essa condição não é produto da modernidade e nem estimulado pelos estudos sobre gênero. Há relatos de indivíduos que experimentam essa condição nos mais variados períodos da história e nas mais diversas culturas inclusive em culturas não ocidentais, como grupos de povos indígenas, chineses, indianos e árabes, sendo que cada cultura lida com esses indivíduos de formas distintas.

O meu interesse como pesquisador sobre o tema, especificamente pela violência sofrida por minorias sexuais, foi ampliado nos últimos anos, pois ao pesquisar a violência sofrida por estudantes em ambiente escolar, tive contato com a dura realidade de crianças e jovens que por não se enquadrarem em um padrão de comportamento entendido como “normal” do que é ser homem ou ser mulher eram violentados - de forma física e simbólica - cotidianamente por seus colegas. O mais grave que conseguimos constatar em nossas pesquisas preliminares é que essas violências eram negligenciadas e até mesmo estimuladas por professores, direção e família, quando esses não eram os próprios autores das agressões. A presença dessas violências no ambiente escolar me fez entender a importância de introduzir na formação dos professores, diretores e estudantes conteúdos que os ajudem a lidar com a diversidade sexual de forma humana e consciente, entendendo que independente da orientação sexual do estudante esse merece ser respeitado.

Portanto, tendo em vista o tema abordado acima podemos verificar que a importância de debater a questão de gênero nas escolas, mídia, nas igrejas e nas famílias se mostra fundamental, para a construção de uma sociedade mais justa, onde alunos e alunas, esposos e esposas, trabalhadores e trabalhadoras heterossexuais ou não possam colaborar entre si e não continuar competir de forma infantil. É interessante ressaltar que este texto está sendo escrito por um homem hétero educado na sociedade brasileira, o que acho que ficou claro acima que pra mim não significa nenhuma vantagem. Na verdade em alguma medida representou por muito tempo um grande peso, não comparado ao fardo atribuído a mulheres, pessoas homoafetivas, transexuais, etc, mas se mostra um peso, pois nós homens héteros educados em uma sociedade machista e homofóbica descobrimos muito cedo como nossa masculinidade é frágil e o custo de mantê-la se configura em um constante policiamento do que eu visto, de como eu falo, de quem sou amigo, de quem eu abraço, de quem eu devo humilhar, em que momento tenho que ser violento, a quem posso devotar o meu amor não erótico, ou seja, ser homem hétero não se limita a questão de me relacionar com parceiras do sexo oposto, mas sim de um processo de desumanização com o propósito último de manter meus privilégios frente as mulheres e os não heterossexuais .

Mas, hoje alguns homens héteros, entre esses me incluo, passaram a refletir sobre o que perdemos em nossas vidas para manter o privilégio de "ser homem, macho do saco roxo, como diria meu pai”. Provavelmente perdemos uma relação mais afetuosa com quem amamos do sexo masculino (filhos, pai, avôs, amigos, colegas de trabalho etc), pois a etiqueta masculina nos orienta a nunca abraçar, beijar e nem mesmo elogiar outros homens sobre o risco de sermos considerados gays. Perdemos por vezes também o amor da mulher amada, por que talvez seja impossível para ela continuar amando um homem que lhe entende como inferior e tenta impor essa sua superioridade frente o “sexo oposto” a qualquer custo inclusive com agressões físicas. Para manter esses medievais privilégios do machão sobre o grupo, perdemos inclusive a vida, pois são inúmeros os estudos que associam os elevados números de assassinatos no Brasil com o etos masculino, ou seja, essa ideia de não levar desaforo pra casa estimula a nós homens a resolver até mesmo os mínimos conflitos com a violência física e o resultado são assassinatos banais no trânsito, nos bares, entre vizinhos e até mesmo estimula a entrada de garotos para a criminalidade, pois muitos desses jovens ao serem questionados por que entraram na vida do crime afirmam categoricamente “ para me tornar sujeito homem”. Assim a questão de gênero nos mostra que se queremos uma sociedade realmente justa devemos começar questionando os nossos próprios privilégios e entendendo como estes fazem mal a toda a sociedade, inclusive a nós homens héteros que virtualmente desfrutamos desses supostos privilégios.

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A sociedade brasileira vivencia atualmente o acirramento dos ânimos em uma improdutiva discussão de surdos entre “esquerda” e “direita” a qual tem como resultado a ampliação de discursos ultraconservadores que afeta instituições que até então gozavam de amplo prestigio frente à sociedade e se mostravam como ponta de lança em nossos processos de transformação social. Nesse conflito podemos verificar que a bola da vez é a Escola , como podemos constatar com o crescimento de um falacioso movimento intitulado “Escola Sem Partido” que na verdade pretende impor um sistema educacional que afaste os alunos de qualquer leitura crítica frente à sociedade em que vivemos, chamando arbitrariamente tudo o que os seus membros não concordam de “Doutrinação ideológica”.

Uma síntese desse discurso conservador é a divulgação em rede sociais da frase a qual afirma que “a família educa e a escola ensina”. Por mais bem intencionadas que sejam as pessoas que defendem esse posicionamento, o mesmo esbarra na própria definição sobre o que é de fato educação e como as pessoas se educam. Um primeiro elemento que não pode ser ignorado é que o processo de educação de um indivíduo apresenta uma infinidade de nuances que nem sempre são passíveis de serem controladas, sistematizadas e se dão tanto por ensinamentos intencionais assim como por exemplos práticos oferecidos por outros indivíduos com quem nos relacionamos. O processo educativo assim se dá no contato entre os indivíduos frente as mais diversas instituições sociais como família, igreja, grupos de amigos, mídia e obviamente a presença desses indivíduos na instituição escolar. Assim ignorar o papel da escola na construção dos valores morais e éticos das crianças e jovens que frequentam essa instituição é minimamente imprudente, pois mesmo que não queiram, os professores influenciam na formação e nos valores dos sujeitos alvos do processo educativo com quem relacionam-se na condição de alunos. O ato de não explicitar e nem refletir de forma independente sobre essa influência faz com que os professores a exerçam de forma inconsciente, como denuncia o sociólogo Francês Pierre Bourdieu, que apontou em seus estudos que a escola pode contribuir para a perpetuação das desigualdades caso não compreenda de fato os contextos familiares e sociais que estão inseridos os indivíduos os quais atendem. Em sua avaliação ao ignorar as especificidades dos sujeitos a quem atendem e ao submeter estes a um sistema extremamente meritocrático e pensado apenas para atender as especificidades da classe média a escola ao invés de contribuir para o fim das desigualdades contribui para sua perpetuação.

Outro equivoco do discurso o qual afirma que “Educação é obtida em casa e a Escola só ensina” é a sacralização das famílias as entendendo como perfeitas e que possuem valores acima de qualquer crítica. Nesse sentido podemos aproximar o conceito de educação ao conceito de socialização dos indivíduos, assim o contato do indivíduo a partir de sua mais tenra idade incute, de forma intencional ou não, valores que nem sempre são os mais nobres. Um bom exemplo é a perpetuação do racismo em nossa sociedade. Nós sociólogos podemos afirmar, com certo grau de certeza, que ninguém nasce racista, esse comportamento preconceituoso é adquirido via contato social com outros indivíduos que apresentam valores racistas e infelizmente, mesmo de forma não explícita, é transmitido para os sujeitos alvos do processo de socialização via as instituições sociais a qual ele tem contato como família, mídia, religião, estado e também escola. O mesmo ocorre com a cultura da violência, intolerância religiosa, machismo, homofobia e demais preconceitos que estão muito presentes em nosso cotidiano e que fazem a vida de milhares de pessoas serem menos dignas.

Assim, caso o grupo familiar, mesmo de forma inconsciente, promova esses valores em seus filhos, a escola se mostra como um excelente espaço para esses indivíduos problematizarem esses valores via uma perspectiva agora científica e analises das leis que pretendem abolir comportamentos preconceituosos em nossa sociedade , os quais mesmo havendo leis que busquem sua superação ainda perduram. Talvez esse seja o ponto de tensão entre os processos educativos realizados na escola e os valores dos grupos de familiares de nossos alunos, pois é comum os pais não se sentirem confortáveis, mesmo que visivelmente errados, quando os seus filhos os questionam sobre alguns de seus valores e esses costuma inclusive reagir de forma autoritária e avesso ao diálogo. Assim, analisando um caso extremo, não há de se surpreender que um pai machista que pratica violência doméstica não ache conveniente que na escola de seus filhos discutam questões ligadas a equidade de gênero e a Lei Maria da Penha, pois de fato a escola em alguma medida está “jogando os filhos contra o pai”.

Tendo em vista esse cenário, devemos entender que qualquer contato humano seja ele em casa, entre os amigos, via programas de TV, na internet e claro na escola possuem um caráter educativo, portanto em todos esses espaços, de forma consciente ou não, estamos nos educando e nem precisa acreditar nos especialistas é só observar o mundo a sua volta e perceberá o quanto essa colocação está correta tanto no viés positivo, onde os indivíduos são socialmente instruídos pelas famílias , mídia e escola para uma postura ética e em busca de uma sociedade mais justa e solidaria como infelizmente em seu viés negativo onde essas mesmas instituições influenciam esses sujeitos para o egoísmo, sexismo, consumismo e atitudes que possam ferir a dignidade alheia para conseguir algum proveito.

Portanto, podemos concluir que os sujeitos são frutos das experiências e reflexões sobre as experiências que acumularam durante a sua vida nos mais variados espaços. Excluir a escola desse leque de instituições que influenciam na educação do sujeito impede que os professores - assim como pais, publicitários e sociedade de forma geral - reflitam sobre o caráter educativo - e porque não deseducativo - de suas ações, mesmo que esse educador não ministre uma disciplina das ciências humanas as quais tratam de forma direta de temas como ética , valores e moral. Por fim cabem citar um provérbio africano para nos ajudar a lançar luz sobre essa questão: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”.

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"Dá nada pra mim”, quantas vezes você já escutou essa expressão nos últimos anos? Provavelmente várias. Eu, por exemplo, na condição de professor da Rede Pública quase que diariamente escuto alunos reproduzindo essa já célebre expressão indiscriminadamente. Mas o que de fato está por trás dessa afirmativa? Quais são as consequências de acreditarmos e mais ainda estimularmos os jovens acreditarem nessa expressão

Podemos entender essa afirmação, quando reproduzida por um menor, principalmente quando esse pertence a um grupo familiar submetido a um quadro de vulnerabilidade social como a internalização do próprio jovem, negro (preto ou pardo), morador de periferia, oriundo de família de baixa renda envolvido ou não em atividades criminais de um discurso perigoso encabeçado por parte significativa da sociedade brasileira a qual ainda insiste em acreditar que a simples criação ou modificação de uma lei poderia resolver todos os problemas da criminalidade no país. Assim, parte sensível da população brasileira acredita que com o endurecimento das leis, a redução da maioridade penal e a criminalização da pobreza teremos um país mais seguro. Esses assim ignoram o fato de que os países que resolveram o problema da criminalidade, os quais apresentam índices sustentáveis de violência, não investiram em criação de leis mais rígidas, mas sim em políticas de inclusão social como educação de qualidade para todos, combate as desigualdades (econômicas, raciais, de gênero geracional), politicas voltadas para a juventude (nas áreas de lazer, esporte e cultura) e Inclusão no mercado formal de trabalho das populações em condição de vulnerabilidade.

Para respaldar esse argumento da ineficácia do endurecimento das leis como solução para a criminalidade podemos citar o estudo do Professor Luís Flávio Gomes intitulado "Beccaria (250 Anos) – e o Drama do Castigo Penal: Civilização ou Barbárie?" , onde o autor nos mostra que nas ultimas, décadas no Brasil, mais de setenta por cento das leis que discutiam a questão da criminalidade propunham alteração no código penal no sentido de endurecimento das Leis, mas essas alterações quando implementadas pouca efetividade tiveram sobre a redução da criminalidade no país, que por sinal viu nas ultimas décadas a explosão da criminalidade, com a estruturação do tráfico de drogas e do crime organizado.

Voltemos à análise da simbólica expressão "Dá nada pra mim" ela explícita por parte desses jovens uma falsa sensação de impunidade que a eles é atribuída, pois por serem menores, a justiça lhe confere mediante ao Estatuto da Criança e Adolescente e especialmente a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que também é pejorativamente chamada como "Direitos dos Manos" a licença para cometer crimes. Tais posicionamentos da sociedade brasileira demostram a total ignorância e desconhecimento sobre os conteúdos desses dois documentos, os quais são primordiais para o processo civilizatório que a humanidade viveu nos últimos séculos. Em especial os direitos humanos que é um documento que busca deixa claro que todos os seres humanos, independente de raça, cor, credo ou nacionalidade tem direitos inalienáveis como direito a vida , a liberdade , a propriedade, a educação, a um emprego digno e a não ser vitima de justiça sumária.

Outro efeito nocivo deste posicionamento da sociedade Brasileira que é cristalizado na expressão "Dá nada Pra mim" é estimular parcela da juventude em condição de vulnerabilidade social a entrarem para o mundo do crime, pois o próprio discurso corrente afirma que pelo fato de ser menor de idade os jovens não enfrentarão maiores consequências frente ao fato de se enveredarem para o caminho da criminalidade seja no tráfico de drogas, realizando furtos, roubos e até mesmo crimes hediondos como assassinatos e estupros, afinal de contas "Não da Nada Pra Mim".

Esse discurso cai por terra quando analisamos as estatísticas apresentadas pelo Mapa da Violência e utilizadas pelo Programa JUVIVA – Juventude Viva – realizado pelo governo Federal no Ano de 2012 em parceria com o Observatório da Juventude da UFMG.

Esta pesquisa mostra que em 2012 o Brasil apresentou o astronômico número de 50 mil assassinatos - (no ano de 2017 chegamos a marca de 60 mil assassinatos), números esses que intrigam pesquisadores internacionais, pois essas são estatísticas dignas de países em guerra como Síria e Iraque. Recortando os dados verificamos que desse total 60 por cento dos mortos era composto por jovens de idade entre 14 a 29 anos, a maioria - setenta por cento - composta de negros (pretos e pardos), no que se referem ao sexo das vitimas de homicídio 91,5 por cento eram homens. Para concluir, o perfil de quem é assassinado no Brasil a maioria das vitimas eram moradores de periferias sociais – vilas, favelas e bairros pobres - com baixa escolaridade e representativo número de pessoas que se quer ingressaram no ensino médio e oriundos de famílias de baixa renda, ou seja, justamente o perfil , como relatado acima, de quem é estimulado a incorporar o discurso do "Dá nada pra mim". Portanto, podemos concluir através das estatísticas que o discurso qual defende a falta de maiores consequências do envolvimento de jovens com a criminalidade não é real, pois para esse grupo a expectativa de vida é bastante baixa e nesse curto período de vida acumulam sucessivas passagens por centros de ressocialização, que de ressocialização só possuem o nome, e por cadeias que são verdadeiras masmorras, ou seja , para esses jovens definitivamente o crime não compensa, mas para completar o ditado popular, tudo conspira a favor.

Os dados apresentados pelo mapa da violência no Brasil levaram a alguns órgãos de defesa da juventude a afirmarem que o Brasil passa por um processo silencioso de genocídio da juventude pobre e negra, pois mantidas essas estatísticas por vários anos teremos o aniquilamento desse seguimento da população, o qual historicamente não tiveram os seus direitos básicos garantidos como direito a moradia , direito a educação de qualidade , direito a um emprego digno e agora tem o seu direito mais fundamental, que é o direito a vida, violado. Claro que alguém vai ler esse artigo e afirmar que eu estou propondo que protejamos os "vagabundos", mas como o estudo do Professor Luís Flavio Gomes analisou legislações penais de mais de 70 países constatou, não são leis mais rígidas que combatem a criminalidade, mas sim a implementação de direitos básicos que promovam a diminuição das desigualdades, basta verificar que os países que tem as menores taxas de criminalidade são também os que apresentam os melhores índices de distribuição de renda e educação, ou seja, esses países ao invés de questionarem o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos o colocaram em prática.

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Vendo publicidades do Governo Michael Temer a qual tenta justificar sobre o porquê de suas famigeradas reformas, que conta inclusive com apoio de significativa parcela da população, me impressiona o cinismo de tentar a qualquer custo fazer com que quem mais necessita pague a conta da crise. A estratégia do governo é simples, busca convencer todos que o Estado Brasileiro não se sustenta e que devemos cortar direitos constitucionais para que possamos aplacar os efeitos da crise que é a maior de todos os tempos. Assim busca mostrar as pessoas que as reformas austeras que seu governo propõe são o único caminho para superarmos a grave situação em que o Brasil se encontra hoje e quem se opõem a essas medidas faz isso apenas por questões ideológicas ou por ignorar os conceitos básicos de uma ciência exata e distante de influências ideológicas que se chama Economia.

Mas será que isso está correto? O único caminho para solução da crise econômica são essas Reformas? Antes de uma solução definitiva para essa questão cabe lembrar que a verdadeira origem dessa crise, que definitivamente não é a maior crise que nosso país enfrentou em sua história (é só conversar com quem viveu os anos oitenta) nem teve origem no Brasil, mas é reflexo de uma crise de confiança dos mercados internacionais e foi motivada por um esquema de corrupção no mercado imobiliário norte-americano, logo eles que são apresentados por nossa classe média, dita esclarecida, como exemplo de ética e retidão as ser seguido.   Cabe ainda apontar que essa crise econômica que não poupou ninguém, no Brasil foi agravada pela crise política que como sabemos foi motivada pelas relações promíscuas entre governo e elites econômicas, sendo que esta ultima via financiamentos bilionários de campanha tanto da dita esquerda quanto da direita, buscaram privatizar o estado constituindo governos que se comportam como defensores dos interesses desses grupos em detrimento dos reais interesses da nação. Somente esse fato colocaria a necessidade de uma profunda reforma política que blindasse o poder publico dos assédios desses grupos na frente das ditas “necessárias reformas”, como toda noite o Willian Waack, âncora do Jornal da Globo olha nos meus olhos e afirma, praticamente chamando de idiota qualquer pessoa que critique essas medidas.

Mas vamos deixar de lado a questão da reforma política e nos determos somente ao campo da economia. Entre todas as reformas propostas, que como podemos perceber atingem sempre o elo menos favorecido da sociedade, ou seja, a classe média, sim a classe média que tem entres seus membros ferrenhos defensores das atuais reformas, mas que também é esfolapada pelo sistema de arrecadação de impostos e taxas de juros dos bancos, e as famílias de baixa renda, enfim entre todas essas reformas não ouvimos em nenhum momento falar de Reforma Tributária. As únicas citações sobre o tema se aproveitam do total desconhecimento da população sobre o mesmo para ameaçar os contribuintes dizendo que caso não sejam feitas as Reformas a alternativa será o aumento de impostos. Com esse argumento o governo vem conquistando o que quer no congresso nacional. Mas lá ninguém fala em uma Reforma tributária de fato que diminua os impostos sobre circulação de mercadorias e tribute as grandes riquezas e as heranças, que implemente uma tabela de imposto de renda progressiva onde quem ganha mais paga mais e de um sistema de coleta de impostos mais eficaz , assim como é em qualquer país do mundo civilizado, inclusive nos de inclinação Neoliberal como os Estados Unidos. Realmente no Brasil a questão tributária é um absurdo, pois pagamos impostos a nível de Países Nórdicos (Noruega 56%, Suécia 52% e Finlândia 54%), mas temos serviços equivalentes aos países mais pobres da África.  Fato este que leva a todos criticarem amplamente o sistema tributário vigente, mas ninguém pensa em muda-lo pelo simples fato que este sistema cruel e covarde com os menos favorecidos atende uma parcela da população que tem grandes influências dentro do governo. Vamos entender então por quê?

Obviamente que parte significativa do dinheiro de nossos impostos é mal gastos por nossos governantes bancando os privilégios de políticos e servidores do alto escalão do Governo, também devemos levar em conta a parcela significativa que é desviada em esquemas de corrupção que também levam o governo a gastar muito e mal nossos impostos, vide os escândalos de favorecimentos de empresas desvendado pela operação lava-jato. No entanto, não temos somente problemas no gasto, mas também na arrecadação. Aqui no Brasil empresário, com amplo apoio da opinião pública, acham bonito dizer que sonegam impostos, mas você já parou para pensar o absurdo que é sonegar impostos? Vamos lá.

Como exemplo podemos analisar o custo da cervejinha que grande parte dos brasileiros merecidamente consome nos finais de semana, em média 50% da composição do preço dessa bebida é composta de impostos. Achando isso injusto o que os empresários fazem, eles sonegam os impostos que virtualmente iriam financiar saúde, educação, políticas sociais et, mas o pior é que na hora de revender a cerveja que custaria 7 reais, ao invés de descontar os impostos e me vender a 3 reais e 50 centavos, não eles me vendem pelos mesmos 7 reais incorporando aos seus lucros o que deveria financiar o estado. Quem é duplamente lesado nessa história? Resposta o cidadão, em especial o cidadão de baixa renda, que tem significativa parte de seu salário destinada ao pagamento de impostos e não recebe serviços públicos de qualidade os quais eles não teriam como financiar do seu próprio bolso e agora ainda tem sua aposentadoria ameaçada.

A prática de sonegação de impostos é algo culturalmente aceito no Brasil, mas assim como o desvio de verbas publicas por pessoas ligadas ao governo, é um crime de corrupção. Assim, uma reforma tributária que garantisse uma maior eficácia na cobrança de impostos, e que passe a buscar alternativas de arrecadação que não os impostos sobre circulação de mercadorias poderia ser um excelente caminho para superar os rombos nas contas publicas, e mais, segundos especialistas poderíamos com uma cobrança mais eficaz de impostos, a exemplo do imposto único (IVA) praticado na Europa, diminuir a tributação sobre mercadorias, assim aumentar o poder de compra do consumidor, e ao mesmo tempo aumentar a arrecadação de impostos.

Vamos acordar Brasil isso não é uma questão ideológica, é uma questão de lógica e não precisa acreditar nesse humilde professor comece a estudar sobre sistemas tributários no Brasil e no mundo, você constatará que nosso modelo de tributação reúne todos os vícios possíveis e é de fato construído para não funcionar. No próprio Youtube existem matérias bem esclarecedoras de curta duração com especialistas falando sobre o tema. Lembrando sempre que opinião sem informações seguras e fundamentadas gera preconceitos e nos distancia de um mundo mais justo.

 

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