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Henrique de Souza Filho

  • Nevense ilustre, Henfil faria hoje (5) 80 anos de idade


    Nevense ilustre, Henrique de Souza Filho, nasceu em Ribeirão das Neves em 5 de fevereiro de 1944, na vila militar próxima à Penitenciária José Maria Alckimim. Seu pai, Henrique de Souza, foi almoxarife na Penitenciária Agrícola de Ribeirão das Neves. Henfil viveu a infância e juventude na periferia de Belo Horizonte onde fez o primário e o supletivo noturno. Com muito esforço conseguiu entrar para Universidade Federal de Minas Gerais para fazer Sociologia, curso que abandonou alguns meses depois. Foi desenhista, jornalista e escritor.
    Ficou célebre por desenhos com forte teor político-social. Foi embalador de queijos, boy de agência de publicidade e jornalista, até se especializar, no início da década de 1960, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos.
    O início de sua carreira de cartunista e quadrinista foi na Revista Alterosa, de Belo Horizonte, onde nasceram seus personagens mais famosos, “Os Fradinhos”. Em 1965, começou a fazer caricatura política para o Diário de Minas. Foi um dos grandes representantes da resistência à ditadura e colaborou com o semanário O Pasquim, um dos ícones do combate ao regime militar por meio da sátira e do humor.
    Em 1970, lançou a revista Os Fradinhos, com sua marca registrada: um desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros e que retratavam as situações da época. Entre seus personagens mais famosos estão os fradinhos Cumprido e Baixim, a Graúna (que criticava a forma como os políticos tratam a questão da seca no Nordeste), e Ubaldo, o paranoico (que temia a volta da ditadura, mesmo depois de seu fim). Ao criar personagens típicos brasileiros, foi responsável pela renovação do desenho humorístico nacional, assumindo o projeto de “descolonização”, num momento em que as HQs nacionais tinham seu desenvolvimento sufocado pela distribuição dos quadrinhos norte-americanos pelo mundo inteiro.
    Henfil teve uma atuação marcante nos movimentos políticos e sociais do país, lutando contra a ditadura, pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos, e pelas Diretas Já.
    Era irmão do sociólogo Herbert de Sousa (1935-1997), o Betinho, e do compositor e violonista Francisco Mário (1948-1988). Os três irmãos eram hemofílicos e morreram após contraírem o vírus da aids em transfusões de sangue.
    Após uma transfusão de sangue, acabou contraindo o vírus da AIDS. Ele faleceu vítima das complicações da doença no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras. Henfil passou toda sua vida defendendo o fim do regime ditatorial pelo qual o Brasil passava.
    A história de Henfil foi retratada no documentário de mesmo nome, Dirigido por Angela Zoe e lançado no Festival do Rio, o filme tem depoimentos de figuras próximas a ele, como seus colegas no semanário O Pasquim: Ziraldo, Jaguar, Sérgio Cabral e Tárik de Souza. "É um erro chamá-lo de cartunista, porque ele foi um multiartista", diz Tárik de Souza em um dos depoimentos.

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