Companhia substituirá 348 quilômetros de encanamento na RMBH para diminuir as perdas de recursos hídricos
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai investir R$ 365,5 milhões em obras para implantação e substituição de 348 quilômetros (km) de encanamento na rede de distribuição de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As obras foram divididas em cinco lotes licitados, sendo que, para os dois primeiros, os contratos já foram iniciados. Os outros três estão em fase final do processo licitatório. O prazo previsto para conclusão das obras em cada um dos lotes é de dois anos.
Em março, foram iniciadas as obras do lote 1, pelo Consórcio Cadsan, no valor de R$ 69,4 milhões, em 71,7 km da rede de distribuição em Venda Nova. Já foram implantados 10 km de rede e 234 novos ramais na região. No próximo mês, serão iniciadas intervenções em Contagem, orçadas em R$ 60,1 milhões, para manutenção de 67,6 km da rede, sob responsabilidade do Consórcio Inova Contagem.
O lote 3, para obras em 66,5 km na rede de Belo Horizonte e Contagem, com valor de R$ 56,4 milhões, mais o lote 4, para 65,2 km na região do Barreiro e Contagem, com aportes de R$ 49,6 milhões, e o lote 5, para 79,9 km na rede de distribuição em Ribeirão das Neves, Betim e Centro de Igarapé, com investimento de R$ 61,7 milhões, ainda precisam encerrar algumas etapas da licitação para assinatura dos contratos e liberação das ordens de serviço.
Para intervenções em uma amplitude deste tamanho na rede de distribuição de água, a Copasa contratou obras com a metodologia de substituição e implantação de redes por Método Não Destrutivo (MND). A metodologia é aplicada para uma redução considerável dos transtornos provocados no trânsito e na mobilidade urbana, pelas manutenções das redes nas cidades. Durante a substituição da tubulação, o abastecimento de água não é interrompido.
Isso acontece porque, diferente da técnica convencional de manutenção de rede de distribuição, com grandes valas a céu aberto ao longo das vias para implantação das redes, com o MND, são abertas pequenas valas – com menos de um metro quadrado – no início e no fim dos quarteirões, apenas para acomodar o equipamento que substitui as redes existentes.
Esse equipamento pode usar a metodologia Pipe Bursting, que introduz uma rede nova dentro da rede de distribuição existente, provoca a destruição da antiga rede e insere uma nova no lugar. O outro método desse equipamento é o Furo Direcional HDD, que implanta redes por meio de um “sistema dirigível”.
Uma máquina perfuratriz realiza um furo piloto, com a cravação das hastes, com o apoio de navegação, que orienta o caminhamento da haste, deste a entrada na vala de emboque até a saída na vala de desemboque. A tubulação de polietileno é “puxada” dentro do furo e ocupa o espaço criado e uma nova rede é implantada.
Obras na rede de distribuição visa reduzir perdas de água da Copasa
As inversões em mais de 300 km da rede de distribuição da RMBH estão focadas na redução de perdas de água da Copasa, disse o diretor financeiro e de Relação com Investidores da companhia, Adriano Rudek de Moura. Ele afirma que tudo está dentro do programa de investimentos para os próximos anos. Os aportes totais da estatal cresceram 45,8% no último trimestre e somaram R$ 556,7 milhões.
“Hoje, infelizmente, nós temos uma concentração de perdas muito grande, então requer um investimento forte na atualização das redes de distribuição de água, tem muita coisa muito antiga, então isso tem uma defasagem que precisa atacar”, explica Rudek.
Ele ressalta que a companhia, no momento, não tem uma meta anual exata para redução das perdas de água, mas, além das obras na rede, tem outras iniciativas que geram uma redução consistente nesse quesito, como substituição de quase 20% dos hidrômetros por ano e uso de tecnologia via satélite.
“A gente vai distribuindo (os aportes) de acordo com a nossa capacidade de investimento. Nós temos várias frentes, com algumas prioridades, principalmente na área de esgoto, então isso vai encaixando, na medida que a gente consegue alocar esse capital”, explica Rudek.