É o último dia do ano, e é bastante comum desejarmos uns aos outros um "Feliz Ano Novo". Há uma sensação palpável de possibilidade, de recomeços, mudanças e renovações. Para alguns, essa esperança é mais intensa; para outros, nem tanto. Ainda assim, na maioria das pessoas, existe um desejo profundo de felicidade.
Acredito que cada coração e mente dos cidadãos e cidadãs de Ribeirão das Neves, que embarcam no ônibus nas madrugadas e manhãs dos dias úteis e finais de semana, rumo a Belo Horizonte e outras cidades da RMBH para trabalhar, estudar ou se divertir, ou os que permanecem na cidade tentando sobreviver de alguma forma, desejam ser felizes.
Não há dúvidas de que as pessoas buscam incansavelmente a felicidade, cada uma carregando seus sonhos e desejos e lutando por eles todos os dias. No entanto, não quero focar aqui na felicidade individual, mas sim na coletiva. Gostaria de provocar uma reflexão sobre a felicidade da cidade como um todo.
É nosso direito refletir sobre nosso bem-estar, sobre se as coisas realmente vão bem ou não. Trago aqui o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB), elaborado pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck na década de 1970, e desde então utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
É possível medir o progresso da cidade a partir desta fórmula, que tem como base nove dimensões:
1) BEM-ESTAR PSICOLÓGICO: Avalia o grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação à sua própria vida.
2) SAÚDE: Mede a eficácia das políticas de saúde, considerando critérios como autoavaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercício, sono, nutrição, atendimento e etc.
3) USO DO TEMPO: O uso do tempo é um dos fatores mais significativos na qualidade de vida, especialmente o tempo para lazer e socialização com família e amigos.
4) VITALIDADE COMUNITÁRIA: Foca nos relacionamentos e interações nas comunidades, examinando o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, a prática de doação e de voluntariado.
5) EDUCAÇÃO: Leva em conta vários fatores como participação em educação formal e informal, competências, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, educação ambiental, etc.
6) CULTURA: Avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares, participação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades artísticas, e a não discriminação por causa de religião, raça ou gênero.
7) MEIO AMBIENTE: Mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo, etc.
8) GOVERNANÇA: Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência.
9) PADRÃO DE VIDA: Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.
Quando adaptamos essas premissas para Ribeirão das Neves, notamos que estamos longe de um nível desejável de qualidade de vida e de uma felicidade coletiva plena, mas é importante seguir tentando e jamais deixar de cobrar as responsabilidades das autoridades eleitas. Que de 2025 em diante ninguém se contente com pouco.
Feliz ano novo!!!!
Fonte: http://www.felicidadeinternabruta.org.br/ - https://nupeat.iesa.ufg.br